O número de unidades financiadas no setor imobiliário neste ano pode retornar a um patamar próximo ao de 2009, quando foram contratadas cerca de 600 mil habitações, estima a Fiesp (Federação da Indústria de São Paulo).
Caso esse cenário se concretize, o valor dos financiamentos cairá para cerca de R$ 92,5 bilhões.
De janeiro a junho, foram 445 mil imóveis financiados, 344 mil deles via FGTS, segundo a Abecip (do setor). O restante veio da poupança.
O fundo de garantia é utilizado para a compra de unidades de até R$ 225 mil, a depender da região, e para famílias com renda mensal bruta de até R$ 6.500.
"Até há recursos, mas o tomador está desempregado e não consegue se prender a um contrato de 30 anos", diz Mário Esper, da Fiesp.
No semestre, houve queda de 40 mil unidades financiadas em relação a 2015.
"Houve um movimento em cadeia, o consumidor se retraiu, os bancos ficaram seletivos e as condições de empréstimo pioraram. Tudo contribuiu para a queda da procura por crédito", diz Miguel Ribeiro, da Anefac (de finanças).
"O financiamento só deve reagir no ano que vem. Quem comprou com a construtora nos últimos meses é barrado ao tentar tomar crédito com o banco, diz Tatiana Cromwell, da Amspa (dos mutuários).
A maioria das queixas recebidas pela entidade no primeiro semestre é por descontentamento com o valor devolvido na rescisão do contrato de aquisição do imóvel.