Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de poupança somaram R$ 19,66 bilhões em junho, maior volume nominal mensal da série histórica iniciada em 1994, divulgou a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta quinta-feira (22).
O montante representa uma expansão de 12,5% ante maio e um salto de 112,1% na comparação com junho do ano passado.
No acumulado de 2021, o montante financiado com os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizou R$ 97 bilhões, alta de 123,9% ano a ano, segundo a Reuters.
Já no acumulado em 12 meses, foram R$ 177,67 bilhões, alta de 101,1% em relação aos 12 meses anteriores.
Imóveis financiados
Em junho, foram financiados 86,2 mil imóveis, 17,8% mais que em maio. Frente a junho de 2020, a alta foi de 160%, segundo a Abecip.
No acumulado do ano, foram 417,95 mil imóveis financiados, uma alta de 160% frente ao mesmo período de 2020. Já no acumulado em 12 meses, foram 684,02 mil imóveis – alta de 329,46%.
Expectativas
Para o ano fechado de 2021, a expectativa é que cresça 57%, para R$ 195 bilhões, um novo recorde histórico.
A presidente da Abecip, Cristiane Portella, explicou que o crescimento do crédito deve desacelerar no segundo semestre porque a base de comparação é elevada, já que na segunda metade do ano passado os financiamentos já vinham crescendo bastante. Ainda assim, ela aponta que deve haver uma expansão de 1% no segundo em relação ao primeiro semestre.
Aumento dos juros
Segundo Portella, com a expectativa de novos aumentos da taxa básica de juros, a Selic, e das taxas de longo prazo, o crédito imobiliário deve ficar um pouco mais caro nos próximos meses.
“É natural que tenhamos sim reajuste de taxas, mas não na magnitude de alta da Selic, até pelo ambiente de competição e o desejo dos bancos de manter relacionamentos de longo prazo com os clientes”, diz.
Segundo ela, as taxas poderiam sair do patamar atual de perto de 6,9% para algo entre 7,5% e 8%. Para a presidente da Abecip, esse é um juro abaixo de 8% é algo que “cabe no bolso” do consumidor final e não deve chegar nem perto do pico visto em 2017, quando as taxas atingiram quase 11,5%.
“Este é melhor momento para comprar um imóvel”, disse em teleconferência com jornalistas, segundo o Valor Online. Isso porque, além do aumento de juros, os preços dos imóveis também estão subindo. Ela lembrou que essa recomposição de preços vem desde 2019, se acelerou nos últimos meses, mas ainda assim os imóveis estão abaixo do pico de 2014, quando os preços são deflacionados