Notícias

12/04/2018

Financiamentos voltarão a crescer

E os principais fatores para retomada são a saída de um período de muita instabilidade no mercado imobiliário, seriamente afetado pela diminuição dos postos de trabalho e pelo cenário político conturbado

Lentamente, os financiamentos imobiliários devem voltar a crescer. E os principais fatores para retomada são a saída de um período de muita instabilidade no mercado imobiliário, seriamente afetado pela diminuição dos postos de trabalho e pelo cenário político conturbado. Mas, principalmente, porque o País tem demanda reprimida pela casa própria. “A gente passou três anos no escuro, com muitos fatores incidindo diretamente nesse mercado”, explica Marcelo Motta, analista da J.P Morgan. “Mas com a inflação se mostrando mais estável e o PIB crescendo, ainda que pouco, podemos projetar uma recuperação. Mas para ela se concretizar, os cenários políticos e econômicos precisam ajudar”, ressalta Motta. “Os distratos devem diminuir, os preços dos imóveis estão acomodados há mais ou menos dois anos e o índice de desemprego começa a cair. Com isso, financiar volta a ser uma meta de quem conseguiu se manter no mercado”, afirma o analista.

 Mercado - Outro ponto que favorece a possível melhora é a disposição dos bancos privados em aumentar o volume de crédito para financiar imóveis. “Ainda que tenhamos apenas cinco grandes players no mercado Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Itaú e Caixa -, não atingimos o pico de financiamentos, estamos em 40%, 50%, ou seja, existe uma demanda reprimida”, explica o professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), Alberto Ajzental.

 Para o professor do Departamento de Economia de São Paulo (FEA) e chairman da DataZAP, Danilo Igliori, o mercado de financiamento imobiliário passa por uma readequação. O desempenho fraco nos últimos três anos não sinalizam um retrocesso. A Caixa Economica, responsável por 70% dos financiamentos para a baixa renda, perdeu participação por causa de reestruturações internas que ainda estão em curso. Porém, o mercado, com o tempo, deve absorver esse contingente. “O eventual reposicionamento da Caixa no mercado imobiliário, reduzindo sua participação, terá certamente impacto na disponibilidade de financiamento. Entretanto, se a economia continuar a se recuperar e o país entrar em uma trajetória sustentada de crescimento, os bancos privados e o Banco do Brasil deverão ocupar esse espaço. Claro que levará algum tempo mas deverá ocorrer”, finaliza.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO