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28/10/2016

Fitch: Preço real de imóveis no Brasil cairá mais com economia fraca

Para a Fitch, a queda real nos preços, porém, deve ser limitada em algumas cidades brasileiras que têm pouco estoque de imóveis residenciais disponíveis.

Os preços reais de imóveis no Brasil devem cair ainda mais por causa da fraqueza da economia, afirma a Fitch Ratings. No entanto, os preços nominais devem permanecer estáveis em sua maioria, acrescenta a agência de classificação de risco.

Para a Fitch, a queda real nos preços, porém, deve ser limitada em algumas cidades brasileiras que têm pouco estoque de imóveis residenciais disponíveis.

Na análise da Fitch, o PIB brasileiro deve recuar 3,3% neste ano e se recuperar apenas de forma modesta em 2017. A alta no desemprego, as elevadas taxas de juros e o aperto fiscal também devem contribuir para manter baixa a demanda por financiamento imobiliário residencial.

Os preços reais recuaram 9% de outubro de 2015 a setembro deste ano, segundo levantamento da Fipe-Zap.

Para a agência, o alto índice de desemprego e as taxas de juros podem intensificar as retiradas da poupança que contribuem para desacelerar o crédito desse segmento. Os saques da poupança reduziram as fontes mais baratas de financiamento imobiliário não subsidiado e forçaram os bancos a reduzir o crédito e a aumentar as taxas de juros.
A Fitch observa que, entre janeiro de 2015 e junho deste ano, as aplicações líquidas na poupança recuaram 17%. Porém, no mesmo período, a média mensal de financiamento imobilário recuou 35%.

De acordo com a agência, as rendas de aluguel vão continuar a pressionar os preços de imóveis residenciais. A agência destaca que o preço médio de um apartamento em São Paulo custa cerca de 15 vezes o PIB per capita da cidade. “Investir em propriedade residencial não é atrativo e é improvável que dê sustentação aos preços”, diz a Fitch, observando que os rendimentos de aluguel são, em média, de 4% ao ano, enquanto os títulos públicos de longo prazo têm “yield” (retorno ao investidor) de cerca de 6% mais inflação.

Porém, os estoques de imóveis da maioria das áreas metropolitanas do país estão abaixo da demanda, o que deve limitar os declínios nos preços no médio e longo prazos e deve persistir enquanto a atividade de construção continuar lenta no atual ambiente de recessão e crédito apertado.

De acordo com a Fitch, os preços nominais estáveis desde o começo de 2015 têm ajudado a manter baixa a taxa de inadimplência do financiamento imobiliário tradicional. A agência também lembra que a maioria dos contratos no país não é ajustada por mudanças nos preços.

FONTE: OBRA 24H