Para o fundador da Cyrela, Elie Horn, “cash flow” (fluxo de caixa) é a palavra-chave para ser bem-sucedido no segmento imobiliário.
O empresário e filantropo deu entrevista ao jornalista William Waack na abertura do 6º Fórum Incorpora, da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo, nesta terça-feira (26).
“O fundamental é ter ‘cash-flow’ adequado e não ter muita dívida, e se tiver, jogar para o longo prazo”, afirmou Horn, ao ser questionado sobre como ter sucesso no setor.
O modo de operação da Cyrela há 30 anos é de, segundo ele, ter fluxo de caixa adequado para quatro anos, de forma que a empresa não precise de financiamento para terminar suas obras caso algo dê errado.
Horn afirmou ser necessário ser “um animal político e racional” e ter humildade para sobreviver às mudanças políticas e econômicas do país, principalmente a oscilação dos juros, algo que nem todas as incorporadoras teriam conseguido fazer. “Vinte e cinco empresas abriram capital e metade ficou, não souberam aguentar subida ou mudança de juros”, disse.
Com 60 anos de trabalho no setor, Horn afirmou que já passou por crises piores e juros mais altos, e que “tudo passa”. No entanto, ressaltou que a atividade e seus benefícios financeiros não têm sentido se não houver um “fim social”.
“Se tem pobres, somos os culpados, porque não conseguimos fazer direito o nosso trabalho.”
Horn também destacou ser fundamental que haja preocupação com a estética dos empreendimentos, especialmente ao fazer alto padrão, e chamou os engenheiros a trabalharem assessorados por arquitetos e decoradores. “Os engenheiros que me perdoem, mas têm mau gosto. Quase todos”, afirmou. “Estética faz parte do nosso negócio”.