A ainda modesta recuperação do setor imobiliário já produz efeitos no mercado de franquias no segmento de casa e construção, que teve um crescimento de 13% no número de unidades, em todo o país, no terceiro trimestre deste ano, na comparação com igual período de 2015. Foi o segundo maior percentual de todos os segmentos da economia.
De acordo com Cristina Franco, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), os consumidores estão pesquisando, equipando ou fazendo pequenas mudanças em suas moradias:
— A construção civil foi impactada pela crise e pela redução dos investimentos do governo, pois mudou todo o pensar sobre os programas econômicos que tratavam de habitação. Além disso, houve uma crise moral que pegou de frente as empreiteiras e as empresas de construção civil. E uma crise no mercado imobiliário, que ficou com mais oferta do que demanda. Esse segmento vinha vivendo uma depressão desde 2014. Agora, começa a ter as primeiras nuances de retomada.
Ana Vecchi, sócia-diretora da consultoria Vecchi Ancona — Inteligência Estratégica, explica que o segmento de casa e construção abrange vários tipos de negócios:
— Temos franquias de locação de equipamentos e maquinário para obras e de reformas, microfranquias que fazem serviços de limpeza após as obras, e também empresas de itens de decoração.
Se o último trimestre foi bom, a tendência nos próximos meses é de melhora.
— Daqui para a frente, vamos encontrar muito aquela situação de comprar ou alugar (um imóvel) por um ano. Neste caso, surge aquela questão de o brasileiro querer melhorar a casa. Assim, a tendência é efetivamente aumentar a demanda — avalia.
O efeito-cascata da recuperação da construção civil é sentido pela Container Segurança, que aluga contêineres. A rede tem, ao todo, cinco produtos, mas o carro-chefe é o almoxarifado, muito usado para obras de diversos tamanhos.
— Além da geração de empregos, devido ao déficit habitacional, o aquecimento (da construção civil) obrigatoriamente demanda a locação de contêineres que atendem às normas regulamentadoras — diz Walter Tiengo, coordenador de Franquias da empresa.
O que avaliar ao escolher uma rede consolidada - Apesar do bom cenário, empresários alertam que não se deve optar por uma franquia somente porque determinado setor está em crescimento. Artur Hipólito, sócio-diretor do Grupo Zaiom, responsável pela rede de franquias Dr. Jardim, exemplifica como o perfil do empreendedor deve pesar na escolha:
— Não adianta uma pessoa que não gosta de mexer com terra querer trabalhar com a Dr. Jardim, por exemplo, porque ela vai se frustrar. A maioria dos franqueados é formada por pessoas que gostam de trabalhos ligados à natureza, de mexer com plantas.
O futuro franqueado também deve ficar atento a recursos que podem ser necessários para o funcionamento do negócio, e não somente aos valores da taxa de franquia, do capital de giro e dos royalties. É o que destaca David Dayson, analista comercial da Help Home, que oferece manutenção e reparos em ambientes residencial e corporativo:
— Ajuda também bastante o franqueado ter material de informática, impressora, notebook, celular e veículo para deslocamento. Não exigimos isso. Mas é interessante para facilitar o atendimento.