Por Rodrigo Loureiro
A CondoConta ganhou um novo investidor. Através da empresa SYN Proptech, Elie Horn, fundador da Cyrela, entrou para o grupo de acionistas da companhia ao participar de uma rodada de série A na qual a fintech levantou R$ 72,3 milhões junto a gestoras que já haviam investido na operação, como Igah Ventures, Terracotta Ventures e Endeavor Scale-Up Ventures.
Outro investidor que participou da rodada é a Redpoint eventures, gestora de venture capital que já investiu em mais de 50 startups com dois fundos que somados levantaram mais de US$ 300 milhões. Ainda que não esteja fazendo novos investimentos, a gestora criada por Anderson Thees, Manoel Lemos e Romero Rodrigues segue fazendo operações de follow on.
Essa é a sétima captação feita pela startup que atua como um banco voltado para condomínios. Feita há seis meses, só agora, o aporte está se tornando público. No mês passado a CondoConta levantou também R$ 30 milhões junto à gestora EXT Capital, criada por Gabriel Sidi, ex-DOMO Invest.
No total, a fintech já recebeu mais de R$ 210 milhões e esse valor ainda pode aumentar nos próximos meses. “Estamos negociando uma extensão da rodada de série A”, diz Rodrigo Della Rocca, cofundador e CEO da CondoConta, em entrevista ao NeoFeed.
(Matéria publicada em 13/11/2023)
“Abrimos a rodada no meio da tempestade. Agora, os investidores estão mais seguros.”
Para atrair os investidores, a CondoConta aposta em um modelo de negócio em que tenta resolver a principal dor de cabeça dos síndicos: a falta de dinheiro para pagar as contas ou para investir em melhorias para os imóveis.
Para ganhar dinheiro, a companhia aposta, principalmente, na antecipação de recebíveis. “O síndico muitas vezes não sabe como cobrar um condômino que está com as contas atrasadas. A gente fornece o capital e a dívida dele passa a ser com a gente”, afirma Rocca. Cerca de 90% da receita do negócio, não divulgada, vem dessa frente.
Uma segunda fonte de receita vem do fornecimento de crédito. Neste ponto, a fintech tenta aproveitar um vácuo no mercado. “Os bancos não emprestam dinheiro para os condomínios”, diz Rocca. De acordo com o empreendedor, o empréstimo é voltado para melhorias, como a instalação de placas de energia solar.
O plano da companhia é utilizar o dinheiro captado até aqui para a acelerar a expansão no Brasil. Com 3 mil condomínios atendidos, a CondoConta nada em um mar aberto. “O Brasil tem mais de 500 mil condomínios e estamos em um mercado muito fragmentado”, afirma Rocca.
A competição da startup se dá contra outras fintechs que também apostam no modelo de antecipação de recebíveis para condomínios. Entre elas está a Superlógica, que recentemente atraiu o fundo de private equity Warburg Pincus, que fez um investimento de R$ 150 milhões na companhia.
A CondoConta não revela muitos dados financeiros de sua operação, mas diz que espera quase triplicar sua receita neste ano. Em alguns números, a companhia informa que já movimenta mais de R$ 650 milhões de reais na plataforma.
Para fornecer o capital, a CondoConta se apoia em FIDCs. A empresa já captou R$ 50 milhões através de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e planeja buscar pelo menos mais R$ 200 milhões a partir do segundo semestre do ano que vem.