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02/04/2019

Governo atrasa repasses, e construtoras do MCMV ameaçam demitir 50 mil

A defasagem no cronograma começou no início do ano. Com a promessa de que a situação seria regularizada, os empresários aguardaram até março

Sob alegação de atrasos no repasse de pagamentos devidos pelo governo, construtoras que atuam no programa Minha Casa, Minha Vida avisaram ao Palácio do Planalto que vão começar a demitir trabalhadores. A defasagem no cronograma começou no início do ano. Com a promessa de que a situação seria regularizada, os empresários aguardaram até março. Como o dinheiro não veio, eles falam agora em dispensar até 50 mil empregados nos próximos dez dias. A dívida seria de R$ 450 milhões.

No limite - O porta-voz do recado dos construtores foi o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins. Ele enviou mensagens aos ministros da Casa Civil, do Desenvolvimento Regional e da Economia informando que “não consegue mais segurar o pessoal”.

Dados da CBIC indicam que o Minha Casa, Minha Vida representa dois terços do mercado imobiliário brasileiro. O setor da construção, que chegou a empregar 3,4 milhões de pessoas, hoje emprega 2 milhões.

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que não houve aviso formal de demissões, mas reconheceu que “tem recebido reclamações de pagamentos abaixo do necessário”.

“Importante ressaltar que, desde o início do ano, o ministério liberou R$ 732 milhões para o programa”, diz nota da pasta. Segundo o órgão, atrasos em janeiro e fevereiro  foram decorrentes de contingenciamentos, mas há esforço para antecipar limites para os próximos meses. 

FONTE: FOLHA DE S. PAULO