Murilo Rodrigues Alves
Os nomes dos novos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa foram anunciados ontem pelo governo. O BB será comandado por Paulo Caffarelli, enquanto a Caixa ficará com Gilberto Occhi, o ome que já vinha sendo apontado como o favorito.
Funcionário de carreira com mais de 30 anos no BB, Caffarelli foi o nome defendido pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o comando do banco no início do segundo mandato da presidente afastada Dilma Rousseff. O escolhido, porém, foi Alexandre Abreu. Caffarelli, ex-número 2 da Fazenda, exercia atualmente a função de diretor executivo corporativo da CSN.
Já Occhi, ex-ministro da Integração e das Cidades, era dado como certo à frente da Caixa desde o início do governo do presidente em exercício, Michel Temer. A indicação para o cargo foi feita pelo PP, partido da base do governo. Ele substitui a petista Miriam Belchior. Restrições ao nome de Occhi surgiram no Ministério da Fazenda, mas o presidente do PP, deputado Ciro Nogueira (PI), afirmou que não havia “plano B” e que a indicação já tinha sido aprovada por Temer e pelo ministro Henrique Meirelles.
Incômodo. Meirelles chegou a pensar em anunciar as indicações apenas na segunda-feira, mas o incômodo causado ao PP pela exoneração de Miriam ontem pela manhã e a não indicação do substituto levou à antecipação do anúncio dos nomes. A permanência de Miriam à frente da Caixa já tinha criado uma “saia-justa” para o governo Temer. O banco rebateu as declarações do ministro das Cidades, Bruno Araújo, dadas ao Estado de que dezenas de milhares de moradias do programa Minha Casa Minha Vida estão prontas,masnão foram entregues porque o governo Dilma esperava a agenda dos ministros para as inaugurações.
Araújo também disse que a meta de Dilma de contratar 2 milhões de moradias até 2018 será revista, o que também foi confrontado pelo banco. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, disse que atitudes como aquela mostravam a necessidade de acelerar a troca no comando dos bancos e chamou Miriam de “militante”.
Ex-ministra do Planejamento, ela assumiu o comando do bancoemfevereiro de 2015 para impedir que a restrição fiscal comandada pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy atingisse programas sociais comoMinha Casa Minha Vida, vitrines do governo petista. Mas foi com ela à frente da instituição que o MCMV registrou o nível mais baixo de contratações desde que foi criado.