O governador em exercício Cláudio Castro assinou uma carta de compromisso pela retomada do crescimento do setor imobiliário no Estado do Rio de Janeiro em encontro com empresários da construção civil nesta quarta-feira. O objetivo é atuar em parceria com o segmento e identificar as dificuldades existentes, assim como dar celeridade aos trâmites processuais. Na visão do setor, a ajuda é bem vinda e necessária.
Na carta, dez itens foram listados como prioridades para o setor. Entre eles, a retomada de obras públicas no âmbito estadual, a análise e o deferimento mais rápido das concessões de licença ambiental, a modernização da legislação e a abertura de novos postos de emprego
— O desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro passa diretamente pela construção civil. Por isso, acredito também que a retomada da economia fluminense inclui o setor, que é um dos que mais contrata. Portanto, quando não ocorre isto, o movimento de queda acaba sendo em cascata. Existe, ainda, o inverso: quando há a volta dos empregos, ajuda bastante na retomada econômica. É nisso que estamos focados neste momento — disse o governador em exercício, que prometeu fazer o mesmo movimento depois com outros setores importantes para o estado.
Para Cláudio Hermolin, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), as medidas anunciadas são positivas.
— Assim que o governo interno entrou propôs uma reunião com o setor para ver como poderia incentivá-lo nesta crise. E o resultado hoje foi acima das nossas expectativas. Estamos especialmente felizes com os compromissos de retomar as obras de infraestruturas quase prontas e desburocratizar a legislação.
Segundo a Ademi-RJ, durante a pandemia foi possível manter cerca de 85% dos canteiros de obras em funcionamento e os respectivos postos de trabalho.
O setor comemorou as iniciativas do governo.
— Vemos necessidade de alinhamento entre os órgãos governamentais, importante para o setor da construção civil. Temos problemas de origem burocrática em todas as esferas. É preciso ter diálogo construtivo para que não haja tantos entraves e aumento nos custos das obras — afirmou João Fernandes, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio).
E acredita que podem ajudar tanto a construção residencial como de infraestrutura.
— As medidas são positivas, principalmente, para a construção pesada. As iniciativas anunciadas também vão impulsionar o setor de construção de residenciais, além de gerar novos postos de trabalho. A Fernandes Araujo, por exemplo, vai lançar um empreendimento na Rua Noemia Nunes, em Olaria — comentou Flavia Katz, gerente de Marketing da construtora Fernandes Araujo.
As perspectivas são de melhora depois de um segundo trimestre muito abalado pela crise do novo cornavírus. Os dados já mostram um terceiro trimestre um pouco melhor e a expectativa é que o quarto continue melhorando.
— Já estamos vendo uma recuperação, mas o quarto trimestre pode ser bem melhor, estamos vendo as coisas retomarem. A redução nas taxas de juros favorecem, e também teve a reabertura dos estandes de vendas em agosto e setembro. E, assim, todos os meses, desde maio, tem sido melhor que o anterior, o que nos deixa entusiasmados com o fim do ano — afirma Cláudio Hermolin