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31/01/2024

Governo mira crescimento do PIB acima de 2% neste ano, diz Haddad (Valor Econômico)

Ministro da Fazenda também afirmou esperar "uma semana tranquila" para as decisões de juros no Brasil e nos EUA

Por Gabriela Pereira e Estevão Taiar   

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se diz confiante com as expectativas de crescimento para este ano. “Nós entramos no ano confiantes que nós podemos ter um ano acima das expectativas, como aconteceu em 2023”, disse o ministro nesta terça (30) na chegada ao Ministério da Fazenda após uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da COP30, evento que será sediado em Belém (PA) em 2025.

 

“Estamos trabalhando com crescimento superior a 2% para este ano. Vamos tomar medidas para que isso aconteça”, apontou. Ele disse que os números de janeiro estão bastante “razoáveis” até agora, sem detalhar quais são esses números.

 

Haddad disse ainda que o Marco de Garantias vai mudar o padrão do crédito imobiliário, veículos e bens duráveis. “Uma das coisas importantes que nós estamos falando com bancos em geral e com os bancos públicos, em particular, é que o Marco de Garantias que o Congresso aprovou, a pedido do governo, com as alterações que foram bem recebidas pelos parlamentares. Isso vai mudar o padrão do crédito no Brasil”, afirmou.

 

Sobre o Relatório Mensal da Dívida de 2023, divulgado mais cedo pelo Ministério da Fazenda, o ministro afirmou que a evolução da dívida se deveu a juros "muito elevados" e pagamento de precatórios.

 

Juros

 

Haddad afirmou que, se o Federal Reserve cortar os juros dos EUA ainda no primeiro semestre, a taxa básica de juros no Brasil no fim do atual ciclo de cortes poderá ser menor do que está previsto atualmente. O Federal Reserve, o Fed, é o banco central americano.

 

“Muita gente tinha a expectativa de a taxa de juros [ser cortada] já em março nos Estados Unidos. Por tudo que ouvi, inclusive nas viagens que fiz, não me parecia o cenário mais provável”, disse. “Mas no primeiro semestre [o início dos cortes] me parece realista, não me parece otimista. Se isso acontecer, vai ser muito bom para o Banco Central, porque aí o horizonte dele pode mudar relativamente para melhor. Isso pode projetar uma taxa de juros terminal neste ciclo de cortes para além do que estamos projetando hoje.”

 

Para amanhã, quarta-feira (31), quando Fed e BC realizam reuniões para decidir sobre as suas taxas básicas de juros, a aposta de Haddad é que “vamos ter uma semana tranquila”. “O BC está com uma agenda relativamente contratada”, disse.

 

Atualmente, a Selic está em 11,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) já afirmou que, “se confirmando o cenário esperado”, todos os membros do colegiado “anteveem” cortes de 0,5 ponto percentual em cada uma das duas primeiras reuniões de 2024. Já a taxa básica de juros nos Estados Unidos está entre 5,25% e 5,5% ao ano.

 

Na avaliação do ministro da Fazenda, “a partir do meio do ano”, a conjuntura no Brasil “vai depender um pouco do que acontecer fora”. Mas, justamente por causa da perspectiva de queda de juros nos Estados Unidos ainda no primeiro semestre, “as notícias para o meio do ano são boas”. 

 

Foto:Wilson Dias - Agência Brasil

FONTE: VALOR ECONôMICO