Luciana Dyniewicz, Felipe Gutierrez, Douglas Gavras e Cláudio Goldberg Rabin
As vendas das maiores incorporadoras do país recuaram 8,4% no trimestre entre agosto e outubro na comparação com os três meses anteriores. Em relação ao mesmo período de 2014, a queda chega a 17,1%.
No total, foram comercializadas 25,7 mil unidades, de acordo com pesquisa da Fipe feita com base em informações da Abrainc (associação das empresas).
Entre os fatores que influenciaram o resultado negativo, estão a restrição ao crédito e a falta de otimismo do consumidor.
"A decisão de compra [de um apartamento] é de longo prazo e demanda uma grande confiança na economia", diz Luiz Fernando Moura, diretor da Abrainc.
Ainda nos meses de agosto a outubro, as companhias colocaram no mercado 16 mil novas unidades, incremento de 13,3% ante o trimestre anterior e de 1,3% na comparação com agosto a outubro do ano passado.
Com a expansão dos lançamentos e a retração das vendas, o estoque aumentou. A oferta atual de imóveis se esgotaria em cerca de 14 meses -dois meses a mais do que em 2014.
Moura, porém, afirma que as incorporadoras estão se adequando à demanda. Até setembro deste ano, o número de unidades lançadas era a metade do total comercializado no mesmo período.
"É um dado positivo. Os lançamentos vêm perdendo força desde 2012", acrescenta o executivo.
A associação não tem uma estimativa de quanto as vendas cairão até o fim de 2015. "A situação deverá ficar parecida com a que registramos até outubro.