Com lançamentos totais de R$ 876 milhões no primeiro semestre, a Helbor reforça sua expectativa de alcançar, no acumulado do ano, o Valor Geral de Vendas (VGV) apresentado entre R$ 2,2 bilhões e R$ 2,6 bilhões. No segundo trimestre, a companhia lançou R$ 750,9 milhões. Os números incluem a participação dos sócios nos projetos.
Em entrevista ao Valor, o presidente da Helbor, Henry Borenstein, disse estar “animado, mas com uma dose de conservadorismo”. “Na época da crise dos distratos, a companhia sofreu muito. Hoje, as condições de mercado estão muito boas. Faremos lançamentos, desde que a liquidez continue”, diz Borenstein.
O presidente da Helbor tem visão positiva em relação ao mercado imobiliário, no segundo semestre, quando deverá haver mais oferta de produtos, “até pelo represamento de lançamentos” ocorrido nos últimos anos.
No trimestre, as vendas brutas totais aumentaram 113,4%, para R$ 468,2 milhões - 82,4% se referem à comercialização de estoques, com 69,5% dessa parcela de unidades prontas. A Helbor vendeu por R$ 118 milhões ativos do complexo Barra Private, no Rio de Janeiro, que estavam alugados, e o total do estoque do Helbor Nun Vila Nova, em São Paulo.
No entendimento de Borenstein, as condições de mercado continuam favoráveis à incorporação de imóveis residenciais nos segmentos em que a Helbor atua - do médio ao altíssimo padrão. Ele avalia que, embora em alta e com possibilidade de chegar a 7%, no fim do ano, a taxa básica de juros (Selic) ainda está em patamar que estimula a compra de imóveis. “Não vejo o custo do financiamento imobiliário indo para dois dígitos no médio prazo”, acrescenta o executivo.
A Helbor é uma incorporadora pura, ou seja, não tem construção própria. A companhia tem conseguido repassar as pressões de custos para os preços dos imóveis. O executivo conta também que tem sido possível evitar altas mais acentuadas do custo total dos projetos pois o banco de terrenos da incorporadora foi formado durante a crise, quando os valores eram menores do que os atuais.
No trimestre, a Helbor entregou cinco empreendimentos, com VGV total de R$ 627 milhões, o que possibilitou repasses de recebíveis dos clientes aos bancos no valor de R$ 308 milhões.
No ano passado, a companhia pretendia atingir R$ 1 bilhão em lançamentos, mas a cautela iniciada com o anúncio da pandemia de covid-19 fez com que decidisse desacelerar seus planos e apresentasse empreendimentos com VGV total correspondente a R$ 650 milhões.
No trimestre, foi obtida aprovação do loteamento Reserva da Serra do Itapety, em Mogi das Cruzes (SP). Trata-se do primeiro projeto que será desenvolvido pela Alden, loteadora da qual a Helbor é sócia da família Feffer. O VGV das duas primeiras fases do loteamento soma R$ 700 milhões. A primeira delas será apresentada até o fim deste ano, e a segunda, em 2022.
“Levamos muito tempo para obter as licenças ambientais. Já daremos início a parte da infraestrutura”, conta Borenstein. Os lotes terão tamanho a partir de 480 m2 e serão destinados às classes média e média-alta.
A Mitre Realty também divulgou sua prévia operacional do segundo trimestre. A incorporadora lançou R$ 237 milhões. No mesmo período do ano passado, a companhia não havia apresentado projetos. As vendas líquidas cresceram 442,7%, de abril a junho, para R$ 188,4 milhões. A velocidade de comercialização medida pelo indicador VSO (vendas sobre oferta) do trimestre foi de 29,5%, acima dos 16,8% do primeiro trimestre, mas abaixo dos 30,9% do intervalo de abril a junho de 2020.