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27/07/2018

Hines reduz projeção de lançamentos para R$ 1,15 bi

A Hines lançou R$ 550 milhões e vendeu R$ 700 milhões no ano passado. A gestora tem US$ 2,2 bilhões de ativos sob gestão no Brasil. A participação do país nos ativos globais da Hines é de 2%

A Hines Brasil - gestora de fundos focada no mercado imobiliário e desenvolvedora de empreendimentos - pretende lançar Valor Geral de Vendas (VGV) próximo a R$ 1,15 bilhão, na cidade de São Paulo, neste semestre, em conjunto com a Vitacon e com a Cyrela. Os empreendimentos têm perfil de média-alta renda. Por enquanto, a Hines ainda não apresentou projetos ao mercado em 2018. Inicialmente, a estimativa da gestora para este ano era de lançamentos de R$ 1,5 bilhão.

A Hines lançou R$ 550 milhões e vendeu R$ 700 milhões no ano passado. A gestora tem US$ 2,2 bilhões de ativos sob gestão no Brasil. A participação do país nos ativos globais da Hines é de 2%.

Segundo o presidente da Hines, no Brasil, Antônio Ferreira, havia expectativa de apresentação de R$ 200 milhões de um empreendimento residencial com a Vitacon no primeiro semestre. Esse projeto, protocolado antes da entrada em vigor da nova Lei de Zoneamento, teve seu licenciamento postergado pela liminar que suspendeu, temporariamente, o direito de as regras antigas serem consideradas. O empreendimento será lançado até o fim deste ano.

Outro projeto em parceria com a Vitacon, com VGV planejado de R$ 450 milhões, será lançado no quarto trimestre. Com a Cyrela, a Hines vai apresentar empreendimento de uso misto no valor de R$ 500 milhões.

No começo da ano, a Hines previa lançar nova fase do Jardim das Perdizes - empreendimento que tem a Tecnisa como sócia majoritária -, mas a decisão de concentrar as atenções em relação ao projeto na venda de unidades em estoque e de deixar a apresentação de novos produtos para 2019 fez com que o VGV projetado pela gestora para este ano fosse revisado para baixo.

De janeiro a abril, a venda de unidades dos empreendimentos em que a Hines é sócia cresceu, de acordo com Ferreira. Em maio, mês em que ocorreu a greve dos caminhoneiros, a comercialização ficou estável. "Em junho, com a combinação dos efeitos da greve e da Copa do Mundo, a vendas ficaram bem abaixo do planejado", afirma o executivo.

Segundo ele, a greve dos caminhoneiros e a proximidade das eleições resultam no desaquecimento da tomada de decisão dos investimentos pelas empresas e pelos consumidores nos segmentos residencial, de escritórios e galpões, mas a Hines mantém a visão de longo prazo em relação ao país.

No segmento de galpões, a gestora voltou a procurar terrenos, no início do ano, para desenvolver empreendimentos principalmente nas proximidades da cidade de São Paulo. No primeiro semestre, a Hines fechou 40 mil metros quadrados de locação de galpões do seu portfólio de 850 mil metros quadrados, o que permitiu reduzir a vacância para 15%. Não houve nenhuma grande desocupação de áreas no período. "O novo ciclo do mercado de galpões começou no início deste ano", afirma o executivo.

Em escritórios comerciais, a Hines tem portfólio totalmente locado na cidade de São Paulo. "A taxa de vacância de escritórios deve cair mais rapidamente do que a de galpões. A partir de 2020, a vacância cairá para nível em que haverá pressão de preços para cima", diz Ferreira. A gestora tem interesse em aquisição de ativos prontos tanto em escritórios quanto em galpões.

FONTE: VALOR ECONôMICO