Mudanças nas regras da faixa 1,5 do Minha Casa, Minha Vida e atrasos na liberação de recursos para repasses dos recebíveis dos clientes da faixa 2 do programa habitacional resultaram em queda das vendas da HM Engenharia e consequente diminuição da receita da empresa. Com menor diluição das despesas fixas, a incorporadora com foco em habitações de baixa renda fechou 2019 com prejuízo líquido de R$ 6,6 milhões, ante o lucro líquido de R$ 43,6 milhões registrado no ano anterior.
A HM - que pretende chegar ao Valor Geral de Vendas (VGV) lançado de R$ 1 bilhão até 2021 - elevou seus lançamentos em 4%, em 2019, para R$ 803 milhões. Foi um ano de reforço da presença da incorporadora em algumas cidades do interior paulista e expansão da atuação para Extrema (MG) - primeira cidade em que a HM fincou o pé fora do Estado de São Paulo. A empresa lançou o total de 3.680 unidades, em 2019, distribuídas em sete projetos.
Em 2018, metade dos lançamentos da HM tinham sido na faixa 1,5. Com mudanças no segmento, a incorporadora reposicionou, no ano passado, projetos para a faixa 2. Isso levou à perda de boa parte da demanda cadastrada para a faixa 1,5, com forte contribuição para a queda de 19% das vendas líquidas, para R$ 319 milhões. A receita líquida caiu 23%, para R$ 293,4 milhões. Despesas fixas foram menos diluídas, e a margem bruta baixou de 30% para 26%.
Por outro lado, o volume produzido cresceu 47%, para o recorde de 2.617 unidades no ano passado. A HM, que utiliza parede de concreto moldada no local da obra e alvenaria convencional, adotará, em Extrema, o sistema construtivo “wood frame”, executado com peças de madeira.
O controle da HM - fundada por Henrique Bianco - foi comprado, em 2007, pelo grupo Camargo Corrêa (atualmente, sob comando da holding Mover Participações), como parte da criação do negócio de incorporação imobiliária. Em 2009, a Camargo Corrêa assumiu a totalidade da HM.