Dos brasileiros que compraram imóveis no ano passado, 35% adquiriram o bem para fins de investimento, segundo a pesquisa Raio-X FipeZap. É bem verdade que o ato de comprar casas e apartamentos para complemento de renda vem ganhando menos apelo nos últimos tempos, como mostra a mesma pesquisa. Parte disso se deve à burocracia e trabalho para fazer todo o trâmite que envolve um aluguel, seja ele para moradores de longo prazo ou para visitantes em períodos mais curtos, como acontece naqueles anunciados em plataformas como o Airbnb.
Reformar o imóvel, deixá-lo pronto para a locação e negociar com possíveis locatários não é uma tarefa simples. Mas algumas empresas prometem ajudar em todo o processo e ainda preveem retornos de até 70% acima da locação considerada tradicional. É o caso da Casai, que se juntou à incorporadora SIG para transformar o antigo Hotel Everest, no Rio de Janeiro, em um moderno residencial.
O hotel foi construído na década de 1960 no bairro de Ipanema e encerrou suas atividades recentemente. Agora, no entanto, o empreendimento foi transformado em um prédio residencial, com 23 andares e 190 apartamentos de um dormitório, que vão de 30m² a 90m². Na próxima semana, o estande de apresentação do residencial será aberto e as vendas começam dentro de um mês.
Os compradores que optarem por adquirir um imóvel para alugar serão apresentados à proposta da Casai, que funciona como uma administradora daquele imóvel. Essa administração, no entanto, vai desde a reforma, decoração e ajustes do apartamento para deixá-lo pronto para a locação (incluindo serviços como TV e internet) até a negociação com locatários.
A Casai é especializada em locações de curto prazo para fins de turismo e principalmente de negócios. Nela, a duração média das estadias é de oito a dez dias. Os imóveis geridos pela companhia estão não só em suas próprias plataformas mas também em sites de hospedagem como o Booking.com e Airbnb.
Daniel Hermann, diretor de expansão da companhia, explica que o grande diferencial dela é ter um algoritmo que detecta que tipo de buscas estão mais intensas e, assim, adapta o preço para atender à maior demanda daquele momento. A ferramenta reconhece, por exemplo, se as pessoas estão buscando estadias mais longas, mais curtas, em quais regiões e etc.
Segundo o executivo, com o serviço da Casai, os donos daqueles imóveis têm uma rentabilidade 70% maior do que teriam em "locações tradicionais". Isso acontece porque a Casai faz a gestão daquele local de modo a mantê-lo sempre ocupado. De acordo com Hermann, caso o próprio dono fizesse esse serviço, isso demandaria muito tempo e trabalho.
"Estamos em plataformas como o Booking, Airbnb e tudo isso é gerido pela Casai. E nós fazemos toda a gestão de vendas: a alteração do apartamento, acompanhamento do check-in, do check-out, suporte ao hóspede e tudo mais", afirma.
Ainda de acordo com o executivo, embora o cliente gaste inicialmente com a reforma e adaptações do local, os custos são menores devido à escala maior da Casai. "Se você fosse gastar de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil por metro quadrado para deixar seu apartamento completo, decorado, com internet, TV e tudo mais, nós conseguimos deixar isso de 30% a 40% mais barato, porque temos uma escala gigante e um time próprio de profissionais", afirma.
Atualmente, a ocupação do portfólio de imóveis geridos pela Casai é de 90%, considerando as unidades do Brasil e do México. Ao todo, a companhia administra 1.600 imóveis em Los Cabos, Cidade do México, Tulum, São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis. Em breve, a companhia deve começar a operar em Brasília e em alguns estados do nordeste brasileiro.
A Casai não tem imóveis próprios em seu portfólio, ela apenas administra unidades de terceiros. A companhia, no entanto, tem parcerias com gestoras de fundos de investimentos imobiliários (FIIs), como é o caso da Navi Capital. A empresa começou sua operação no Brasil em maio de 2021 com cerca de 100 unidades. Segundo a companhia, sua operação cresceu em mais de quatro vezes em um ano no país.
Matéria publicada em 12/05/2022