Apesar da variação do IGMI-R/ABECIP em junho (1,29%) superar a do mês anterior (0,94%), o resultado acumulado em doze meses manteve a trajetória de desaceleração iniciada em março desse ano, passando de 16,81% em maio para 16,42% em junho.
Essa desaceleração no resultado nacional acumulado em doze meses entre maio e junho foi também observada em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. As demais sete capitais analisadas pelo indicador tiveram acelerações em seus resultados acumulados em doze meses no mesmo período, mas ainda persistem diferenças significativas entre elas com respeito a uma recuperação na direção da média nacional.
As maiores dessas disparidades estão em Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, onde apesar das variações acumuladas em doze terem passado respectivamente, de 9,43% para 9,63, de 9,69% para 10,13%, e de 6,95% para 7,04% entre maio e junho, os resultados ainda estão distantes das demais sete capitais, e abaixo da variação acumulada em doze meses do IPCA/IBGE em junho (11,89%).
O gráfico abaixo apresenta os resultados do IGMI-R/ABECIP na ótica das variações acumuladas no primeiro semestre dos últimos 3 anos.
São Paulo se destaca pelo melhor resultado no primeiro semestre de 2020, porém com desaceleração nos dois anos posteriores, enquanto a maioria das demais capitais mostra evolução positiva na comparação entre o desempenho do primeiro semestre de 2022 em relação ao primeiro semestre de 2021, indicando pelo menos de forma qualitativa uma tendência de convergência dos resultados, apesar das diferenças quantitativas apontadas acima. Além de São Paulo, apenas Brasília mostra desaceleração entre os primeiros semestres de 2022 e 2021, porém esse resultado decorre muito mais da base de comparação elevada em 2021.
Apesar dos resultados positivos de indicadores relacionados ao nível de atividades da economia brasileira no primeiro semestre, os desafios impostos pelo quadro inflacionário e seus efeitos sobre a massa salarial real ainda estão presentes nos próximos meses. A percepção dos empresários do setor de edificações residenciais captada pela divulgação mais recente dos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV mostra queda nos quesitos Demanda Prevista e Tendência dos Negócios para os próximos seis meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.
Nesse contexto, em que pese a perspectiva de desaceleração nos índices de preços até o final de 2022, a desaceleração dos resultados nominais dos preços dos imóveis residenciais no Brasil deve fazer com que seus valores não tenham variações significativas em termos reais no período.