O IGMI-R/ABECIP desacelerou em outubro, registrando avanço de 0,75% após variar 0,88% em setembro. O resultado acumulado em 12 meses manteve a trajetória de desaceleração iniciada nos últimos meses variando 9,23%, o primeiro resultado abaixo de dois dígitos desde junho de 2021.
Na direção contrária da média nacional, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia foram as únicas entre as dez capitais analisadas onde houve aceleração das variações mensais entre setembro e outubro, porém esse resultado não impediu que, juntamente com todas as outras, ocorresse desaceleração na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses.
Essa desaceleração do IGMI-R/ABECIP na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses contrasta com a tendência de aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA-IBGE) a partir do início do segundo semestre do ano, implicando na desaceleração das variações reais dos preços dos imóveis residenciais no Brasil durante o período, como pode ser visto no gráfico abaixo.
Ainda na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses, na medida em que as expectativas relativas ao IPCA até o final de 2023 estejam próximas do patamar de outubro, se mantida a tendência de desaceleração nos valores nominais dos imóveis residenciais até o final do ano, o mesmo deve ocorrer em termos das variações dos seus preços reais.
Essa tendência vai ao encontro de indicadores recentes que apontam para uma desaceleração no nível geral de atividade da economia brasileira, assim como à opinião dos empresários consultados pela Sondagem da Construção Civil (IBRE-FGV). Como pode ser visto no gráfico abaixo, os quesitos Demanda Prevista e Evolução Recente da Atividade do setor, após superarem o patamar neutro de 100 pontos no último mês, voltaram a cair abaixo dele na última leitura dos resultados da Sondagem.
Esse conjunto de indicadores reforça a tendência de continuidade de variações positivas dos preços nominais e reais dos imóveis residenciais nos próximos meses, porém em desaceleração.