O crescimento do IGMI-R/ABECIP registrado em junho representou o quinto mês consecutivo de aceleração nos resultados mensais. A variação acumulada em 12 meses foi de 9,31%, também mostrando aceleração em relação ao resultado de maio (8,15%), e voltando a superar as variações acumuladas dos principais índices de preços ao consumidor. Tomando esses índices de preços ao consumidor como base, os preços dos imóveis residenciais nos últimos 12 meses registram elevação, ainda que modesta, também em termos reais.
O primeiro semestre de 2020 também marcou um período de recuperação nos preços dos imóveis residenciais, a despeito dos efeitos da epidemia sobre o nível geral de atividades a partir do segundo semestre. Comparando os resultados acumulados nos primeiros semestres de 2020 e 2021, vemos que a recuperação do ano anterior foi mais forte que a atual na maioria das capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, excetuando Rio de Janeiro e Brasília, sendo que enquanto o Rio de Janeiro se recupera a partir de uma base de comparação muito baixa em 2020, o mesmo não vale para Brasília, que já integrava em 2020 um grupo de capitais com variações acumuladas acima de 7% no primeiro semestre. Apesar do resultado no primeiro semestre de 2021 estar abaixo do mesmo semestre do ano anterior, São Paulo ainda é o destaque positivo, sendo a única capital com variações acima de 10% nos dois anos sob essa ótica. Do outro lado, Recife e Fortaleza ainda registram variações relativamente baixas nos acumulados dos primeiros semestres dos dois anos, inclusive com desaceleração entre 2020 e 2021. As demais capitais registram variações mais elevadas, mas ainda assim com alguma desaceleração na comparação dos resultados acumulados dos primeiros semestres de 2020 e 2021.
Na perspectiva mais ampla das variações acumuladas em 12 meses, virtualmente todas as capitais apresentaram aceleração na comparação dos resultados entre maio e junho, indicando que a direção da recuperação a partir dos resultados do segundo semestre de 2020 é consistente entre as regiões, apesar das disparidades quantitativas.
Enquanto a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV mostrava uma piora da percepção dos empresários do setor de edificações residências em maio, os resultados mais recentes mostram que a percepção otimista sobre a demanda prevista estava correta: os dois indicadores mostram uma clara tendência positiva em junho, como podemos ver no gráfico abaixo.
Esse movimento corrobora o desempenho dos preços dos imóveis residenciais mostrado nas leituras recentes do IGMI-R/ABECIP. Na mesma linha, os índices que agregam diferentes quesitos ligados a percepção da situação atual, e das expectativas, também mostraram um crescimento claro nos dados mais recentes, como podemos ver no gráfico abaixo.
A continuidade dos bons resultados observados em diferentes indicadores recentes do nível de atividade da economia brasileira sugere um cenário de continuidade da recuperação ao longo do segundo semestre do ano, para o que colabora de forma decisiva a evolução da imunização. Essa conjuntura favorece a retomada de ganhos reais nos preços dos imóveis residenciais até o final do ano, mas continua condicionada aos desafios impostos pela pandemia, em particular sobre o mercado de trabalho.