O IGMI-R/ABECIP em abril voltou a apresentar aceleração ante ao mês anterior (1,22%, contra 0,78% em abril), com todas as capitais analisadas pelo índice apresentando variações nominais positivas. No entanto, esse resultado não foi suficiente para que a variação acumulada dos preços dos imóveis residenciais no Brasil desacelerasse pelo sexto mês consecutivo.
Comparando os resultados acumulados em 12 meses do IGMI-R/ABECIP com o IPCA/IBGE até abril, vemos que a tendência de recomposição dos valores reais dos imóveis residenciais vem sendo reduzida, tanto pela aceleração do IPCA quanto pela desaceleração do IGMI-R/ABECIP.
Esse movimento nos preços está refletido nos resultados recentes da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, que representam o sentimento dos empresários do setor de Construção de Edificações Residenciais.
Os quesitos “Demanda Prevista”, “Evolução Recente da Atividade” e “Situação Atual dos Negócios” mostraram piora significativa da percepção dos empresários do setor em abril, acentuando a tendência de queda iniciada no final de 2020. Cada um desses itens capta a percepção em relação a momentos distintos: enquanto “Evolução Recente da Atividade” olha para os últimos três meses, “Situação Atual dos Negócios” enfatiza o período atual, sendo “Demanda Prevista” relacionada aos próximos três meses. O movimento de baixa simultânea nesses três quesitos da Sondagem apresenta um quadro consistente com a desaceleração dos preços nominais e reais dos imóveis residenciais nos últimos meses.
O cenário por trás desses indicadores é marcado pelo recrudescimento da pandemia a partir do final de 2020, e seus efeitos sobre o nível de atividade e mercado de trabalho, aliado à nova orientação da política monetária visando conter a aceleração do IPCA.
O único quesito da Sondagem apresentando estabilidade na margem em abril foi “Tendência dos Negócios”, cujo horizonte de três meses à frente incorpora alguma perspectiva de melhora da atividade econômica em geral a partir do segundo semestre do ano. O avanço do programa de imunização continua sendo a condicionante fundamental para a concretização dessa perspectiva, e por consequência da reversão da tendência recente de desaceleração nos valores reais dos imóveis residenciais.