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28/06/2024

IGP-M sobe 0,81%, abaixo do esperado, em junho (Valor Econômico)

Índice acumulou expansão de 1,10% no ano e de 2,45% nos últimos 12 meses

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou inflação de 0,81% em junho, desacelerando em relação a maio, quando apresentou taxa de 0,89%, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

A alta ficou abaixo da mediana das estimativas de 21 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,84%, com intervalo das projeções indo de 0,46% a 0,94%.

Com esse resultado, o índice acumula expansão de 1,10% no ano e de 2,45% nos últimos 12 meses. Em junho de 2023, o índice tinha registrado taxa de -1,93% no mês e acumulava queda de 6,86% em 12 meses anteriores.

“Os desafios climáticos e a sazonalidade foram determinantes nos destaques do índice ao produtor e do índice ao consumidor. No IPA, as maiores contribuições vieram da soja, do café, da batata e do leite; itens que também tiveram impacto no IPC. Não por coincidência, a batata e o leite também foram destaques significativos no varejo. Além disso, o INCC apresentou avanço influenciado pela mão de obra”, diz André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre e responsável pelo indicador, em comentário no relatório.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) subiu 0,89% em junho, uma aceleração de menor intensidade em relação ao comportamento observado em maio, quando registrou alta de 1,06%.

Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 1,08% em junho, uma notável aceleração em relação a taxa de 0,06% registrada no mês anterior.

Esse acréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de -3,67% para 3,00%, no mesmo intervalo. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais “ex”, que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, subiu de 0,50% em maio para 0,94% em junho.

 

O grupo de Bens Intermediários subiu 0,42% em junho, suavizando a alta observada no mês anterior, quando registrou 1,03%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 1,44% para 0,69%.

O índice de Bens Intermediários “ex”, que exclui o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,74% em junho, após registrar alta 1,01% em maio.

O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou uma alta de 1,25% em junho, menos expressiva quando comparado ao mês de maio, quando subiu 2,15%. A desaceleração do grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como o minério de ferro, que inverteu sua taxa de uma alta de 8,18% para uma queda de 0,84%, os bovinos, cuja taxa alterou de 0,43% para -2,60%, e mandioca/aipim, que passou de 1,37% para -5,19%.

Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento oposto, entre os quais se destacam a laranja, que diminuiu de uma taxa de -12,20% para -2,47%, a cana-de-açúcar, que suavizou a taxa de -2,33% para -0,35% e o cacau, que inverteu sua taxa, passando de -11,60% para 14,09%.

Com peso de 30% no IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) subiu 0,46%, avançando em relação à taxa de 0,44% observada em maio. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, quatro delas exibiram aceleração em suas taxas de variação.

O maior impacto veio do grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de 0,51% para 0,96%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o subitem leite tipo longa vida, que passou de 1,60% na medição anterior para 8,86% na atual.

Também apresentaram avanço em suas taxas de variação os grupos Vestuário (-0,58% para 0,42%), Habitação (0,29% para 0,38%) e Despesas Diversas (0,20% para 0,45%). Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: roupas (-0,73% para 0,41%), equipamentos eletrônicos (-0,63% para -0,02%) e serviços bancários (0,02% para 0,73%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (0,66% para 0,28%), Educação, Leitura e Recreação (0,13% para -0,23%), Comunicação (0,58% para 0,07%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,78% para 0,68%) exibiram recuo em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar os itens: gasolina (1,70% para 0,54%), passagem aérea (0,47% para -1,44%), tarifa de telefone móvel (1,26% para 0,16%) e medicamentos em geral (1,44% para -0,07%).

Por fim, com os 10% restantes do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,93% em junho, um valor superior à taxa de 0,59% observada em maio.

Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de maio para junho: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um avanço, passando de 0,25% para 0,48%; o grupo Serviços teve um recuo, passando de 0,50% para 0,29%; e o grupo Mão de Obra registrou novo avanço, variando de 1,05% para 1,61%.

Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M e de seus componentes, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.

FONTE: VALOR ECONôMICO