Por Mariana Assis
Imigrantes investiram R$ 283,2 milhões em imóveis no Brasil de janeiro a setembro deste ano, de acordo com dados do Boletim de Migração de novembro, produzido mensalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) e com base nos dados do Observatório das Migrações (Obmigra). Os valores já superam o consolidado em todo ano de 2023 quando os investimentos foram de R$ 273 milhões.
De acordo com Jonatas Pabis, secretário-executivo do Conselho Nacional de Imigração, os números demonstram uma “grande elevação” nos investimentos realizados no Brasil, além de indicar como o país tem despertado interesse por parte dos investidores. Entre os fatores para a tendência, estão o dólar mais forte frente ao real e o aumento de voos para destinos atraentes.
“Claro que pode haver outros motivos que vão um pouco além, talvez a alta do dólar que torna ainda mais atrativo, mas a gente está vivendo num contexto muito positivo de retomada de voos do Nordeste direto para a Europa, para os Estados Unidos. Todo esse ambiente propicia que estrangeiros adquiram imóveis no Brasil”, explica Pabis.
O Rio de Janeiro é o Estado mais procurado por esse público, cujo investimento foi de R$ 125,2 milhões de janeiro a setembro de 2024. São Paulo vem na sequência, com R$ 56,4 milhões, seguido de Santa Catarina, R$ 23,2 milhões.
Sobre isso, o secretário-executivo do Conselho Nacional de Migração diz que ainda há um apelo turístico muito grande que motiva a compra dos imóveis nesses locais.
“Muitas das pessoas que adquirem imóveis são pessoas que vieram para o Brasil por alguma outra razão, entre elas trabalho”, contextualiza. “Então tem muitas pessoas que vieram aqui dirigentes de empresas, CEOs de empresas trabalham no Brasil por dois, três, cinco anos e depois resolvem fixar residência permanentemente ou ter aqui a sua residência a de veraneio”, complementa.
Uma resolução do Conselho Nacional de Imigração (CNIg) permite que os estrangeiros que comprem imóveis no Brasil podem solicitar autorização de residência. Para isso, pessoas físicas devem comprar um imóvel, em área urbana, no valor mínimo de R$ 1 milhão e com recursos próprios de origem externa.
Nas regiões Norte e Nordeste, o valor mínimo é reduzido para R$ 700 mil para incentivar investimentos nessas localidades. A medida é parte de um esforço para atrair capital estrangeiro e fomentar o desenvolvimento econômico e social. O ministério tem se esforçado para que o benefício seja cada vez mais difundido.
Já em relação à nacionalidade, os estrangeiros que mais turbinaram o setor foram os estadunidenses, com cujo investimento foi de R$ 65,7 milhões. Em segundo lugar, os franceses, com R$ 39,9 milhões. Figurando na terceira posição os italianos, com R$ 39,5 milhões.
Em setembro, o total de investimento estrangeiro no setor foi de R$ 24,2 milhões. Desse montante, os estadunidenses foram responsáveis por incrementar R$ 7,6 milhões no setor.
Segundo Pabis, o perfil do investimento imobiliário por estrangeiros no Brasil é formado por homens, sobretudo estadunidenses, com ensino superior e cuja ocupação é de dirigente de empresas e entidades. Eles têm idade entre 50 a 64 anos.