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16/11/2022

Imóveis econômicos puxam setor no 3º tri, aponta indicador da Abrainc (Valor Econômico)

O estudo, realizado com 45 empresas entre os dias 30 de setembro e 16 de outubro, aponta que a busca por imóveis novos subiu 9,1% entre o segundo e o terceiro trimestres

De acordo com o Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial, pesquisa feita pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Deloitte, o segmento de imóveis de baixa renda puxou o desempenho do setor no terceiro trimestre.

 

O estudo, realizado com 45 empresas entre os dias 30 de setembro e 16 de outubro, aponta que a busca por imóveis novos subiu 9,1% entre o segundo e o terceiro trimestres. A procura por unidades do Casa Verde e Amarela (CVA) sobressaiu, com salto de 16,7% no período, enquanto a busca por unidades de médio e alto padrão aumentou 3,1%.

O mesmo ocorreu com o indicador de venda de unidades, que foi elevado em 9,1% no geral, mas teve aumento de 16,9% para os imóveis do CVA e de 2,3% para o médio e alto padrão.

 

Apesar do aumento menos expressivo, que a pesquisa considera uma “manutenção”, o terceiro trimestre representa um ponto importante para as unidades de médio e alto padrão, por marcar a interrupção da trajetória de queda da procura e da venda desses imóveis, que vinha desde o segundo trimestre do ano passado.

 

Para o quarto trimestre, a expectativa das empresas que participaram do estudo é de aumento nas vendas de unidades econômicas e de manutenção nas de médio e alto padrão. O setor é mais otimista com os próximos 12 meses, prevendo aumento para as duas categorias.

No terceiro trimestre, o índice de preço dos imóveis avançou 10,3% ante o período entre abril e junho deste ano. Apesar de considerar um “forte aumento”, a pesquisa faz a ressalva de que é a menor porcentagem de sua série histórica, que começa no terceiro trimestre de 2020.

 

No segmento do CVA, o aumento foi maior, de 13%. No de médio e alto padrão, a alta trimestral foi de 8,3%.

A expectativa de preço para o quarto trimestre é de “forte aumento” para os imóveis econômicos e de “aumento” para as unidades de fora do programa habitacional. Já para os próximos 12 meses e cinco anos, há uma previsão de “forte aumento” no geral dos imóveis.

 

Expectativas futuras de lançamentos

 

A pesquisa mediu ainda a expectativa de lançamentos e compra de terrenos nos próximos 3 a 12 meses. Entre as empresas pesquisadas, 93% pretendem lançar, ante 89% no trimestre anterior.

A compra de novos terrenos é a expectativa de 87% das empresas, avanço sobre as 80% do segundo trimestre. É a segunda maior taxa desde o início da pesquisa.

Para o presidente da Abrainc, Luiz França, o aumento da confiança dos players do setor se deve ao arrefecimento dos custos de construção e a um crescimento na renda das famílias.

 

“Apesar do cenário continuar cauteloso, há melhores perspectivas por conta dos índices mencionados”, diz Claudia Baggio, líder de real estate da Deloitte.

Os dados do Indicador de Confiança contrastam com informações divulgadas na quinta-feira (10) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), que encontrou queda em lançamentos e vendas no terceiro trimestre, na comparação com o período anterior.

No geral, a Cbic aponta retração de 2,3% nos lançamentos e de 3,9% nas vendas. Quando se trata apenas de unidades do CVA, a queda fica ainda maior, com recuo trimestral de 5,9% nos lançamentos e de 13,2% nas vendas.

 

Matéria publicada em 14/11/2022 

FONTE: VALOR ECONôMICO