No mercado imobiliário brasileiro, os imóveis menores têm se valorizado mais do que os maiores.
As obras seguem em ritmo acelerado em um prédio de apartamentos em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. O prazo de entrega é outubro. Dos 51 imóveis em construção, 30 tem apenas um dormitório.
É o popular quarto e sala. Neste caso, com tamanho a partir de 40 m². Mas o que está acontecendo neste empreendimento é reflexo do que ocorre no mercado de imóveis do Brasil. O metro quadrado mais valorizado do país hoje é o de apartamentos com apenas um dormitório.
O preço do quarto e sala subiu quase 7% em um ano. Mais que o de imóveis com dois ou três dormitórios. Em média, o metro quadrado de um quarto e sala vale hoje R$ 10.125. Bem acima do valor médio dos imóveis maiores: com dois, três ou quatro quartos.
Para o empresário Guilherme Lozinsky, imóveis menores atendem especialmente a uma clientela mais jovem, que está começando a carreira profissional, com menos dinheiro no bolso e muita disponibilidade para mudar de lugar.
“Depois da pandemia, a gente tem visto uma tendencia muito grande por esses imóveis pequenos, mais compactos. Tem pessoas que não têm uma fixação geográfica em um estado, em uma cidade. Essas pessoas querem se locomover. E o apartamento de um quarto é uma possibilidade excelente pra essas pessoas. ”, afirma.
Praticidade e economia levaram Arthur Franco para um quarto e sala em Copacabana. Ele é professor de inglês e queria morar perto do trabalho.
“Eu consigo pagar um preço acessível e é só para mim. Eu sou uma pessoa solteira. Então, tudo isso acaba influenciando também”, diz Arthur Franco
Para Leonardo Schneider, especialista em imóveis, as buscas crescentes pelo quarto e sala revelam a nova realidade do mercado.
“Dentro dos centros urbanos, o preço dos imóveis tem se valorizado e ficado valores significativos, representativos dentro de um orçamento familiar. Imóveis menores, você tem uma facilidade de diluir esse preço, esse custo de manutenção. Então, o condomínio sai mais em conta”, afirma Leonardo Schneider.
É aquela história: quanto menor, melhor.