O preço médio do metro quadrado privativo dos apartamentos novos em Curitiba chegou a R$ 11.587,00. É o que mostra a última pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), em parceria com a BRAIN Inteligência Estratégica, com dados de junho de 2023.
A valorização dos imóveis residenciais novos em Curitiba foi de 11,1% nos últimos 12 meses, variação quase quatro vezes maior do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) registrado no período – índice que mede a inflação – que ficou em 3,16%.
De acordo com o consultor de pesquisa de mercado da Ademi-PR, Guilherme Werner, a alta inflação registradas nos últimos anos foi justamente o que alavancou o valor dos apartamentos novos à venda em Curitiba, “portanto, os novos lançamentos que foram colocados na cidade já vieram em patamares atualizados”.
Mas, essa não é a única justificativa, segundo Werner. “Além disso, também tivemos uma presença maior de imóveis de alto padrão, que naturalmente estão em regiões mais escassas e terrenos mais ímpares, que puxaram o preço médio nesse patamar”, explica.
O Volume Geral de Vendas (VGV) também cresceu nos últimos 12 meses: alta de 8,3%. Isso quer dizer que somando o preço de todos os apartamentos vendidos de janeiro a junho de 2023, foram comercializados R$ 2,5 bilhões apenas em imóveis residenciais novos em Curitiba.
O consultor de pesquisa de mercado da Ademi-PR comenta que esse resultado se deve ao desempenho satisfatório nos mercados de luxo e superluxo na cidade (imóveis acima de R$ 1,5 milhão), no 1º semestre de 2023.
Apartamentos de 2 quartos foram vendidos mais rápido
Além disso, a pesquisa da Ademi-PR/BRAIN revela que os apartamentos de 2 quartos tiveram a maior velocidade de vendas em junho de 2023, inclusive, em ritmo mais acelerado do que o mesmo mês do ano anterior.
Werner explica que essa tipologia é protagonista em qualquer mercado pujante no Brasil, com importante participação na oferta dos apartamentos econômicos, enquadrados no Minha Casa Minha Vida, portanto, para fins de moradia.
Em Curitiba, a oferta desses imóveis ficou muito escassa nos últimos anos e, com a volta do programa federal, esse setor tende a aquecer na capital paranaense. Isso, segundo ele, foi o principal componente para o aumento da velocidade de vendas durante o primeiro semestre do ano.
Aqui, mais uma vez a inflação teve papel importante, com impactos diretos para o consumidor. “A alta inflacionária dos últimos anos diminuiu o poder de compra desse público. Isso fez com que as pessoas que buscavam imóveis maiores optassem por apartamentos menores, mais alinhados com a atual capacidade financeira”, complementa.
Os apartamentos de 3 quartos também tiveram uma velocidade de vendas maior em junho desse ano, na comparação com junho do ano anterior.
Lançamento de casas e terrenos em condomínio cresce 97%
Porém, o grande destaque da pesquisa da Ademi-PR/BRAIN no 1º semestre do ano foi o aumento expressivo de lançamentos horizontais, ou seja, imóveis em condomínio fechado, em Curitiba.
No comparativo entre os semestres: o aumento foi de quase 97% dos lançamentos. Porém, analisando em números totais, as construtoras e incorporados colocaram apenas 494 casas e terrenos em condomínio fechado novos na cidade, o que, segundo o consultor de pesquisa de mercado da Ademi-PR “nem de longe, denota uma superoferta”.
“Em Curitiba, nós temos uma escassez de terrenos que comportem grandes lançamentos horizontais, a própria legislação urbana é mais burocrática em termos de licenciamento. Esse cenário criou uma demanda muito aquecida, principalmente para a compra de casas e pequenos lotes em condomínio fechado”, observa Werner.
Consequentemente, isso levou a um aumento do preço de venda. Logo, não é raro encontrar terrenos em condomínio sendo comercializados a patamares de R$ 2,5 mil a $ 3 mil o valor médio do metro quadrado, em regiões como Santa Felicidade, Santo Inácio, São Braz e Pilarzinho.