Com a pandemia do coronavírus, muitos setores da economia foram afetados pela nova realidade na rotina. Um deles foi o mercado imobiliário brasileiro, que sentiu quase instantaneamente seus efeitos.
Apesar de a construção civil ser considerada um serviço essencial e não ser paralisada na quarentena, os clientes se tornaram apreensivos ao novo cenário. O que mudou, principalmente, foi o jeito de vender um imóvel. Afinal, como ir visitar a casa ou apartamento que quer morar?
“A pandemia influenciou muito no mercado imobiliário de Rio Preto, porque tivemos que mudar nossa rotina de vendas, que estão diretamente ligadas ao sistema tradicional imobiliário que envolve o contato físico através das visitas”, afirma o gestor comercial Ricardo Henrique Teixeira.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Grupo Zap, especialista em mercado imobiliário, entre os dias 24 e 29 de março, através de um questionário online, foram constatados dois principais motivos por parte dos consumidores que afetam o mercado.
Para os que buscam imóveis para locação, o motivo de apreensão está diretamente relacionado à impossibilidade de visitar o imóvel para avaliação, 23% dos entrevistados apontaram este como o principal motivo. Já o usuário que busca o imóvel para compra se baseia na insegurança financeira que o momento traz.
Devido às mudanças do mercado foi preciso se adaptar para não sair no prejuízo, como explica Ricardo. “Na questão de vendas, tivemos uma queda em torno de 20%. Por isso a necessidade de se adaptar ao momento e buscar inovação com reforço no atendimento online. A queda não é maior porque o online está muito presente na vida das pessoas e com uma surpreendente adesão dos novos clientes”, diz.
Algumas medidas precisaram ser tomadas, entre elas o investimento no chamado marketing digital. “Dobramos nossos investimentos mensais no online para manter nossas vendas e atender com a maior segurança possível nossos clientes e parceiros. A nossa parte administrativa de vendas tem sido 100% home office e online, com mudança na rotina através de reuniões por vídeo diariamente”, afirma o gestor.
Ainda de acordo com a pesquisa, 64% dos entrevistados acreditam que os preços de venda iriam cair durante a pandemia, porém especialistas afirmam que o mercado possa sair mais fortalecido após a crise.
De acordo com Ricardo Teixeira, a receptividade dos clientes para o mercado online tem sido bastante favorável. “Temos hoje a captação por redes sociais, Google, portais e marketing digital, quando o cliente faz o contato com a gente, vamos passando as informações para ajudá-lo na decisão de compra. Dependendo do perfil do cliente, alguns casos são fechados 100% online, em outros o cliente ainda prefere agendar uma visita para conhecer o imóvel. Mas todo esse trâmite acontece de forma digital, apenas a visita foge à risca”, ressalta.
O cenário possibilitou também uma atualização do sistema imobiliário quando se trata das vendas. Os clientes podem realizar a assinatura de um contrato de forma digital e simplificada, que facilita o processo para os clientes que vivem fora do nosso país.
Mesmo em um cenário devastador para muitos setores da economia, o mercado imobiliário aproveitou o momento para se reinventar e traçar novos rumos ao período de pós-pandemia que virá.
“Percebemos que a possibilidade do online, hoje, está muito forte e devido à pandemia e a aceitação do cliente está melhor, se compararmos ao período pré-pandemia, houve um aumento de 50% de procura via online, a adesão dos clientes pelo online muito maior do que antes, desta forma, acredito que em um futuro próximo, teremos bons resultado devido a esta revolução que estamos vivendo com a pandemia”, afirma.