São Paulo - O número de pessoas físicas inadimplentes no País mostrou uma pequena alta no mês passado, ao avançar 0,41% na comparação com o mesmo período de 2016.
Os números são de indicador elaborado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e divulgado ontem. Apesar deste cenário de acomodação no número de negativados, os órgãos estimam que, em um ano, houve um saldo de 900 mil consumidores que passaram a fazer parte de listas de restrição de crédito. No total, 58,9 milhões de brasileiros estão negativados, contra 58 milhões em 2016. Isso significa que, em termos percentuais, 39,25% dos brasileiros estão com o nome sujo.
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, destaca que a desaceleração do aumento da inadimplência vem desde o segundo trimestre de 2016 e tem influência da recessão. "Com a redução da capacidade de pagamento e de tomada de crédito pelas famílias, há mais dificuldade do consumidor se endividar e, com menos dívidas, é mais difícil que ele se torne inadimplente", explica.
A estimativa por faixa etária indica que os consumidores entre 30 e 39 anos representam, a maior frequência de negativados - 17 milhões.
Spread - Dados divulgados também ontem pelo Banco Central (BC) revelam que os custos relacionados à inadimplência cresceram e, como consequência, as instituições financeiras aumentaram o chamado spread bancário no ano passado. No crédito livre, 55,3% do spread foi usado para pagar os custos relacionados aos calotes. Já a fatia destinada ao lucro dos bancos, ao contrário, caiu no ano passado.
A decomposição calculada pela autoridade monetária brasileira revela que o calote foi o único item entre os cinco detalhados que teve aumento na participação nessa margem cobrada dos clientes nos empréstimos e financiamentos. Todos os outros quatro itens - lucro, impostos, compulsório e custos administrados - tiveram queda em 2016.