Com cinco lançamentos no primeiro trimestre de 2022, a incorporadora Cury registrou um acréscimo de 32,3% na comparação anual, totalizando um Valor Geral de Vendas (VGV) potencial de R$ 781,2 milhões, divulgou a companhia em sua prévia operacional nesta terça-feira, após fechamento do mercado. O preço médio das unidades lançadas atingiu R$ 241,1 mil, alta de 20,7% frente ao mesmo período do ano anterior e de 0,2% ante o quarto trimestre.
Com foco na faixa mais alta do programa Casa Verde e Amarela e nos consumidores que estão logo acima dela, o VGV da incorporadora cresceu 27,6% no comparativo entre mesmos trimestres, para R$ 753,4 milhões - um recorde histórico.
Cury conseguiu elevar preços em 12,5% nas unidades vendidas e em 20,7% nos imóveis lançados no período
Em relação ao quarto trimestre, as vendas também cresceram 23,2%. O preço médio da unidade vendida no período foi de R$ 230 mil, alta de 12,5% na base anual e de 0,8% ante o quarto trimestre. Já o valor das unidades lançadas subiu 20,7% na comparação com os primeiros três meses de 2021, para R$ 241,1 mil.
O aumento no valor cobrado pelas unidades foi a saída adotada pela incorporadora para se defender do aumento da inflação, principal ponto de atenção desde o ano passado, diz o presidente da companhia, Fábio Cury.
Segundo ele, o repasse do aumento dos custos ao consumidor só foi possível porque a incorporadora está conseguindo atingir um público com renda maior. “Temos que pegar uma pessoa com renda cada vez maior para comprar o mesmo produto, e ainda o encontramos por conta dos nossos terrenos e produtos, e por estar em São Paulo e no Rio”, diz o presidente.
Entre janeiro e março, o índice de vendas sobre oferta (VSO) da Cury passou de 38% para 41,4%. Em março do ano passado, o VSO da companhia era de 43,5%.
A preocupação do executivo é até quando será possível repassar os custos ao consumidor sem corroer as margens de lucro. “Repassamos boa parte, mas tudo tem limite, vai ter uma hora que não vamos mais conseguir”.
A Cury gerou caixa de R$ 17,6 milhões no trimestre. Ao fim de março, seu banco de terrenos correspondia ao VGV potencial de R$ 9,95 bilhões, o que representa 44,6 mil unidades.
Os níveis de repasse da companhia também cresceram, com o VGV repassado nos primeiros três meses do ano superando em 13,3% o quarto trimestre e 79,3% o reportado um ano antes.
Para o segundo trimestre, a Cury planeja chegar a R$ 1,1 bilhão em lançamentos. A estratégia da empresa é ter um primeiro semestre forte para compensar um eventual cenário conturbado pela eleição na segunda metade do ano. “Queremos fazer um ano melhor do que o passado”, afirma o presidente. A meta é chegar a R$ 3 bilhões em lançamentos, contra R$ 2,8 bilhões em 2021.
Outra incorporadora que divulgou prévia ontem, a Lavvi registrou R$ 162 milhões em vendas líquidas contratadas no primeiro trimestre, alta de 89% sobre o mesmo período de 2021. Já sua velocidade de venda caiu 1,4 ponto percentual, para 20%.
A companhia lançou R$ 230 milhões, concentrados no empreendimento High Wonder, no centro de São Paulo - ao final do trimestre, 52% das 258 unidades estavam vendidas. Há um ano, não houve lançamentos.
A incorporadora Melnick registrou lançamentos de R$ 578 milhões em VGV no trimestre, alta de 23% ante o mesmo período de 2021. Excluindo parceiros e permutas físicas, o montante foi de R$ 335 milhões - R$ 267 milhões, recuo de 20,3%.
As vendas líquidas da companhia caíram 20,2%, para R$ 87 milhões, enquanto as brutas somaram R$ 120 milhões, recuo de 11% ante o primeiro trimestre de 2021.
O índice de VSO no trimestre foi de 27%, queda de 4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.
Com foco no segmento popular, a Plano&Plano reportou um aumento de 161% nos seus lançamentos no primeiro trimestre, no comparativo anual, totalizando R$ 267,6 milhões.
Entre janeiro e março, suas vendas líquidas cresceram 10,8% sobre o mesmo período de 2021, para R$ 371,5 milhões, novo recorde. Ante o quarto trimestre foi apurado acréscimo de 22%. O VSO nos últimos 12 meses atingiu 41,2%, aumento de dois pontos percentuais na base anual.
Em ritmo inverso de lançamentos, a Even registrou queda de 43,5% nos primeiros três meses do ano, no comparativo anual, de R$ 716 milhões, para R$ 405 milhões (considerando apenas a parte da Even). Somando as parcerias, o VGV caiu de R$ 932 milhões para R$ 778 milhões.
As vendas líquidas da incorporadora (considerando parceiros) somaram R$ 388 milhões no primeiro trimestre de 2022. Desse total, a participação da Even responde por R$ 252 milhões, queda de 57% ante o valor informado um ano antes, de R$ 586 milhões. No período, o índice de vendas sobre oferta consolidado foi de 8%, sendo 28% o VSO de lançamentos.
Matéria publicada em 12/04/2022