O Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial, elaborado pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e pela Deloitte, aponta que os executivos de incorporadoras estão com apetite maior para compra de terrenos nos próximos meses. A expectativa para aquisição em um intervalo de três a 12 meses passou de 80%, no primeiro trimestre, para 86%, no segundo. Entre as empresas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), é de 94%. No médio e alto padrão (MAP), ficou em 76%.
Esperando ter mais terrenos disponíveis, as companhias também elevaram a projeção de lançamentos. Dentre as 50 empresas ouvidas pelo indicador, 93% esperam lançar projetos nos próximos três a 12 meses, ante 90% no primeiro trimestre deste ano. Entre as empresas do MCMV, favorecidas pelas boas condições do programa, o índice chega a 97%. No médio e alto padrão (MAP) é de 88%.
Alta demanda por habitação
“A demanda crescente por habitação está criando oportunidades significativas para novos lançamentos”, afirma Luiz França, presidente da Abrainc. O índice de procura de imóveis subiu 7,7% no segundo trimestre, ante 7,8% nos primeiros três meses deste ano.
Já o setor que atende o MCMV se manteve mais aquecido, tendo crescido 10%, após ter batido 12,1% de alta no primeiro trimestre e 10,6% no final de 2023. A procura no MAP avançou 3,3%, patamar menor do que o MCMV, mas uma recuperação ante o valor de zero no primeiro trimestre deste ano e a queda de 1,1% no final de 2023.
“Apesar dos desafios enfrentados nos trimestres anteriores, o segmento de MAP está demonstrando sinais de recuperação”, afirma Claudia Baggio, líder de “real estate” (mercado imobiliário) e avaliação patrimonial da Deloitte. “Essa retomada, ainda que gradual, indica um movimento positivo no mercado”.
Aumento nos preços
O índice de vendas subiu 7,2% no segundo trimestre, com o segmento do MCMV também apresentando melhor resultado. O aumento foi de 10,4%, contra 8,4% para o MAP. Já a expectativa de vendas para o terceiro trimestre está comedida, com previsão de alta de 4,4% no geral, sendo de 5,1% no MCMV e de 2,8% no MAP.
Os preços dos imóveis subiram 4,7% do primeiro para o segundo trimestre. Segundo a classificação do indicador, isso é considerado um grau de “aumento” nos preços. Para os próximos 12 meses, a expectativa já é de um “forte aumento”, assim como para os próximos cinco anos.