Lucas Hirata
Os lançamentos de imóveis caíram 14,5% entre setembro e novembro do ano passado, na comparação com o mesmo período de 2014, para 16.825 unidades. As vendas também continuaram fracas: 25 mil imóveis foram comercializados nesse período, uma retração de 16%. Os dados foram divulgados ontem à noite pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em conjunto com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Para o diretor Luiz Fernando Moura, da Abrainc, o volume mais baixo na oferta de unidades novas frente ao total de vendas noperíodo indica que o mercado caminha para um equilí- brio, o que poderia estimular a retomada de lançamentos. No entanto, o impasse político e a paralisação da economia dificultam a perspectiva de recuperação no setor. “A tomada de decisão de longo prazo, como é o caso da aquisição de um imóvel, depende muito da confiança no País”, afirmou o executivo.
Outro reflexodo ajuste é a queda nas entregas de imóveis. Nos três meses até novembro, foram entregues um total de 28.478 unidades, uma retração de 42,3% na comparação com 2014; Ao ritmo do trimestre, seriam necessários 14,3 meses para se vender toda a oferta atual. O diretor da Abrainc ressaltou que a velocidade de vendas observada atualmente, de 12 meses a 14 meses, poderia indicar uma retomada de novos lançamentos, caso a economia mostrasse condições mais favoráveis.
Nos três meses até novem bro, os lançamentos subiram 12,9% frente o trimestre encerrado em agosto. Segundo o executivo, esse é um movimento sazonal, já que as empresas não costumam aumentar a oferta no meio do ano por coincidir com meses de férias. No fim do ano, as empresas tendem a lançar mais para se beneficiar, por exemplo, do pagamento do 13.º salário.