A Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) pretende conversar com o governo sobre a tributação dos fundos de investimento imobiliário (FII) e sobre a taxação de dividendos, mudanças incluídas nas novas regras do Imposto de Renda (IR).
“Há muitos fundos imobiliários com foco em empreendimentos novos, que incentivam construção e empregos. É preciso ter muito cuidado com isso”, afirma o presidente da entidade, Luiz Antonio França.
Segundo o representante da Abrainc, a área técnica da entidade está avaliando os impactos das mudanças antes da conversa com o governo, ainda sem data.
A taxação de dividendos impacta não só empresas imobiliárias, mas todos os setores com companhias listadas em bolsa.
No entendimento de França, as incorporadoras continuarão sujeitas ao Regime Especial de Tributação (RET).
Moura Dubeux
A taxação de dividendos das empresas listadas em bolsa, incluída nas novas regras do Imposto de Renda, é vista como positiva pelo diretor financeiro e de relações com investidores da Moura Dubeux, Marcello Dubeux. “As empresas terão mais incentivo para fazer investimentos. Com isso, poderão gerar empregos e terão mais capacidade de crescer”, afirma o executivo.
Por outro lado, se houver um entendimento do governo que os lucros transferidos das sociedades de propósito específico (SPEs) para as holdings, após o encerramento do patrimônio de afetação, são também pagamentos de dividendos, haverá impactos negativos no caixa e nas margens das incorporadoras, na avaliação de Dubeux. Trata-se de ponto de preocupação, segundo o executivo.