Nos segmentos imobiliários econômico ou de médio e alto padrão, as incorporadoras que reportaram prévias do primeiro trimestre na quarta-feira (12) tiveram em comum vendas líquidas maiores do que há um ano.
A MRV&Co fechou o primeiro trimestre com vendas líquidas de R$ 1,82 bilhão, aumento de 4,3% ante o primeiro trimestre de 2022. Já os lançamentos caíram 43,6% no intervalo, para R$ 982 milhões.
A holding MRV&Co é dividida entre as marcas MRV, Sensia, Resia, Luggo e Urba. As duas primeiras formam a frente de incorporação, com foco em projetos econômicos para o Minha Casa, Minha Vida e logo acima do programa.
Nesse segmento, os lançamentos atingiram R$ 637 milhões, queda anual de 38,7%. Já as vendas líquidas foram quase a totalidade das vendas da holding, com R$ 1,8 bilhão, alta de 20,5%.
Houve queima de caixa de R$ 119,6 milhões no segmento no primeiro trimestre, ante R$ 354,2 milhões no mesmo período de 2022. O diretor-financeiro Ricardo Paixão afirma que a empresa projeta queima ainda menor entre abril e junho, e pretende gerar até R$ 200 milhões de caixa em 2023.
A subsidiária americana Resia teve outro trimestre de queima de caixa, acentuada por não ter vendido projetos no período. A queima cresceu 9,2% no ano (R$ 580,6 milhões). No consolidado das marcas, a MRV&Co apresentou queima de R$ 788,7 milhões, queda de 5,4% em um ano.
Outra gigante do MCMV, a Tenda teve vendas líquidas de R$ 611,1 milhões no primeiro trimestre, 2,3% superiores ao início de 2022, para R$ 611,1 milhões. Os lançamentos da empresa somaram R$ 490,9 milhões em VGV, alta de 5,1% em um ano, com 10 projetos.
Representante do médio e alto padrão, a Cyrela reportou no primeiro trimestre vendas líquidas, sem permutas e contabilizando somente a participação da incorporadora, de R$ 1,1 bilhão, crescimento de 8,6% ante igual período de 2022.
Os lançamentos, considerando apenas valor sem permutas e com a participação da companhia, também subiram no intervalo, atingindo VGV de R$ 875 milhões, alta de 23,9% em um ano.
A incorporadora Mitre, outro player do médio e alto padrão, registrou no primeiro trimestre R$ 242,4 milhões em vendas líquidas, alta de 57,8% ante o mesmo período do ano passado. Foi o melhor primeiro trimestre para o indicador na história da companhia.
A incorporadora lançou um empreendimento, em março, com VGV de R$ 297 milhões, ante um primeiro tri de 2022 sem novos projetos. O empreendimento foi 15,3% vendido ainda em março.
Especializada em projetos de médio e alto padrão no Nordeste, a Moura Dubeux também divulgou seus dados operacionais na quarta. A companhia, no entanto, teve queda em lançamentos e vendas, mas fez a ressalva: o primeiro trimestre de 2022 trouxe resultados operacionais recordes, que pesaram na comparação com o primeiro trimestre deste ano.
A companhia lançou dois projetos, com VGV de R$ 248,5 milhões, queda de 29,7%. Para o presidente Diego Villar, isso se deve a uma cautela da empresa diante do cenário econômico.
As vendas e adesões líquidas da companhia caíram 18,7% no primeiro trimestre, em relação ao início de 2022, para R$ 326,4 milhões. Já sobre o trimestre anterior, houve alta de 18,9%.
“Passamos por um quarto trimestre bastante atípico, agora parece que há nível de confiança maior nas vendas, que estão mais robustas e bem-distribuídas, apesar de numericamente menores do que no primeiro trimestre do ano passado”, afirma o diretor financeiro Marcello Dubeux.