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17/10/2022

Incorporadoras venderam mais do que lançaram no 3º tri (Valor Econômico)

Cury, Cyrela, Even, Melnick e Helbor apontaram o desempenho nas prévias operacionais do terceiro trimestre

Além da Plano&Plano, ao menos outras cinco incorporadoras divulgaram suas prévias operacionais nesta quinta-feira (13). De padrões diferentes, elas têm em comum o fato de terem obtido desempenho melhor nas vendas de imóveis do que nos lançamentos, na comparação anual.

 

Esse comportamento já era esperado por analistas, que previam um ritmo menor de novos projetos no segundo semestre para evitar a ampliação demasiada do estoque e fugir do período eleitoral.

 

A Cury elevou seus lançamentos em 27,6% no último trimestre. Foram 6 novos empreendimentos, cinco em São Paulo e um no Rio de Janeiro, que somaram um valor geral de venda (VGV) de R$ 919,1 milhões. Já as vendas líquidas da companhia foram 29,8% maiores do que no mesmo período de 2021, somando R$ 885,8 milhões.

 

A velocidade de vendas da empresa nos últimos 12 meses, medida pelo índice de vendas sobre oferta (VSO), é de 70,6%, redução de 3,4 pontos percentuais sobre o ano passado.

De janeiro a setembro, a Cury registrou R$ 2,76 bilhões em lançamentos e R$ 2,53 bilhões em vendas líquidas, alta de 38% e de 29,7% em relação aos primeiros nove meses de 2021.

Fabio Cury, presidente da incorporadora, destaca que o volume lançado e vendido até aqui praticamente equivale ao total de 2021. Por isso, a companhia deve tirar o pé do acelerador no último trimestre. “Não vamos manter um ritmo tão acelerado”, diz Cury. A meta da empresa é chegar a R$ 3 bilhões em vendas e em lançamentos no ano. “Nossa estratégia foi antecipar tudo, por conta da eleição e da Copa”, afirma.

 

O preço médio das unidades lançadas subiu 10,6% no trimestre, na comparação anual, para R$ 251,8 mil. Já o valor médio das unidades vendidas ficou em R$ 254,7 mil, alta de 16%.


Para Fabio Cury, o próximo ano já deve começar com desempenho forte em lançamentos e vendas. “Dá para fazer um ano ainda melhor do que foi 2022, independente do governo que for assumir”, afirma.

 

Cerca de 70% dos lançamentos da Cury entram no Casa Verde e Amarela (CVA), com destaque para a faixa 3, que abrange famílias com renda de R$ 4,4 mil a R$ 8 mil. Segundo o executivo, caso haja mais investimentos nas faixas iniciais do CVA - ou do Minha Casa, Minha Vida, se o programa voltar ao nome original - a Cury pode começar a produzir para as faixas iniciais.

 

A Cyrela, que divulgou a prévia pela manhã, teve seus resultados celebrados pelos analistas dos bancos, que os consideraram “além das expectativas”. A companhia elevou as vendas em 49% no terceiro trimestre, ante o mesmo período do ano passado, para R$ 1,7 bilhão, volume 36% superior ao registrado entre abril e junho.

 

Os lançamentos da empresa também aumentaram, em 7%, para R$ 2 bilhões, em 14 empreendimentos. Em relação ao trimestre anterior, a alta é de 22%.

No acumulado do ano, a participação das unidades de padrão médio nos lançamentos aumentou, passando de 13% do total para 42%, na comparação com os nove primeiros meses de 2021. Mais da metade dos lançamentos desse padrão ocorreu no terceiro trimestre. As vendas líquidas tiveram comportamento similar: a participação das unidades de padrão médio subiu de 15,5% para 31,9%.

 

O VSO de 12 meses da incorporadora ficou em 44,3%, queda ante os 49,6% do terceiro trimestre de 2021 e acima dos 44,2% registrados ao final de junho.

A incorporadora Even lançou R$ 161 milhões em valor geral de vendas no terceiro trimestre, levando em conta apenas a participação da incorporadora nos quatro novos projetos do trimestre. É uma queda de 75,5% ante o mesmo período de 2021.

 

Ao mesmo tempo, as vendas líquidas somaram R$ 342 milhões, alta de 24% no comparativo anual, impulsionadas pela comercialização do estoque. A velocidade de vendas no último trimestre foi de 11%, mesmo patamar do período correspondente do ano passado. O volume de distratos foi de R$ 54 milhões para R$ 74 milhões, avanço de 37%.

Incorporadora com participação da Even, a gaúcha Melnick elevou suas vendas líquidas em 86,4% no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2021. Foram R$ 151 milhões em VGV. A quantia corresponde à porcentagem exclusiva da companhia.

 

Houve queda nos lançamentos no trimestre, ao se levar em conta apenas a quantia que corresponde à participação da Melnick nos projetos. O VGV potencial lançado foi de R$ 155 milhões entre julho e setembro, em dois projetos, redução de 4,9% no ano.

A velocidade de venda média no terceiro trimestre ficou em 12%, três pontos percentuais acima do reportado no terceiro trimestre de 2021. Os distratos atingiram R$ 32 milhões entre julho e setembro, alta de 18,5% na comparação anual.

 

A incorporadora Helbor foi mais uma a apresentar evolução melhor nas vendas do que nos lançamentos, na comparação com o ano anterior. O terceiro trimestre trouxe um aumento de 11,7% nas vendas líquidas, que somaram R$ 469,6 milhões em VGV. Enquanto isso, os lançamentos recuaram 18,2%, para R$ 228 milhões. Foram dois novos projetos no período, em Mogi das Cruzes e em São Bernardo do Campo (SP).

 

Matéria publicada em 17/10/2022

FONTE: VALOR ECONôMICO