O setor imobiliário é um dos mais atraentes para investidores em todo o mundo. Não é diferente no Brasil. Mas, na visão de especialistas, o País poderia ter uma carteira mais robusta. Para se ter uma ideia, o volume anual investido caiu R$ 4 bilhões entre 2009 e o ano passado, segundo dados da CETIP e Anbima. "O setor é extremamente atraente, mas depende de regras mais claras e ambiente jurídico seguro", afirmou Carlos Martins, CEO da Kinea.
Martins foi um dos participantes do painel Perspectivas do Mercado Imobiliário e da Habitação de Interesse Social na Visão de Investidores Nacionais e Internacionais.
Miltom D 'Ávila, head comercial do segmento imobiliário no Itaú BBA, lembrou que ainda há dois grandes entraves na atração do capital: equilíbrio nas contas públicas e segurança jurídica. "O humor do mercado é muito bom, embora tenhamos esta espada sobre a cabeça, que é a necessidade das reformas", comentou o executivo no painel, que também contou com a participação do presidente da CDHU, Eduardo Velucci, e de Seth Weintrob, head global de Real Estate do Morgan Stanley.
Para Paulo Bilyk, CIO da Rio Bravo, o governo deveria sair do papel de investidor direto e assumir o papel de garantidor. "Esse é um estímulo importante para atrair novos investidores nacionais e internacionais", disse durante o painel.
Financiamento - D'Ávila defendeu que, embora ainda incipiente, "o mercado de capitais vai fazer uma grande diferença para o setor". "Sou muito otimista", afirmou o representante do Itaú BBA. "A gente vai poder fazer uma junção de esforços e inteligências como uma PPP." No primeiro painel do evento, o vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Jair Luis Mahl, também falou sobre financiamento habitacional. "Funding é um desafio para nós que operamos com Minha Casa Minha Vida", disse. "Temos de ter muita atenção sobre como continuaremos a usar de forma inteligente o FGTS."