O descontentamento de investidores com os preços de ações e o aumento da competição no mercado financeiro provoca uma movimentação de vendas ou fusões por toda a Europa neste ano.
O banco italiano UniCredit, por exemplo, busca opções para sua unidade de processamento de pagamentos, envolvendo sondagem a potenciais compradores, disseram fontes familiarizadas com o assunto.
A instituição, que enfrenta pressão de investidores devido ao baixo preço de suas ações, diante da fraca posição de capital e baixa rentabilidade, está analisando opções para sua divisão de pagamentos, na sequência de uma série de negócios no setor na Itália.
Segundo fontes, o credor italiano analisa a venda do negócio no ano passado, mas o processo segue em estágio inicial. Se for adiante com uma venda, o UniCredit precisaria montar uma plataforma de processamento de pagamentos independente. Uma decisão final, no entanto, não é esperada até o banco resolver as questões sobre o futuro do presidente executivo, Federico Ghizzoni, que alguns acionistas querem substituir.
As fontes disseram que o UniCredit espera obter avaliação semelhante à obtida pelo Intesa Sanpaolo, para sua divisão de pagamentos Setefi, no começo deste mês, vendida a um consórcio formado por Advent, Bain Capital e Clessidra, por 1 bilhão de euros.
Com lucro principal de cerca de 40 milhões de euros, o negócio de pagamentos do UniCredit pode valer até 500 milhões de euros.
Com o anúncio da avaliação da venda de participações no FinecoBank, no turco Yapi Kredi e no polônes Bank Pekao, o UniCredit teve alta de 7,6% em seus ativos na bolsa europeia.
As ações europeias, por sua vez, subiram na última sexta-feira, lideradas pelos papéis de companhias financeiras e de mineradoras, que seguiram os ganhos dos metais.
O FTSEurofirst 300 teve alta de 1,26%, a 1.326 pontos, enquanto o índice de blue chips da zona do euro Euro Stoxx 50 subiu 1,47% para 2.962 pontos.
As mineradoras também avançaram, já que os sinais de que o mercado imobiliário chinês está melhorando levantou os preços do cobre, com a Anglo American subindo 3,6%.
Por outro lado, a companhia de bens de luxo Richemont caiu 4,3% após a proprietária da marca Cartier dizer que seu ambiente de negócios continuará difícil. Sua concorrente Swatch também recuou, 2,4%.
Em Londres, o índice Financial Times avançou 1,70%, a 6.156 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 1,23%, a 9.916 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 1,67%, a 4.353 pontos. Em Milão, o Ftse/Mib teve valorização de 1,52%, a 17.812 pontos. Em Madri, o Ibex-35 registrou alta de 1,11%, a 8.771 pontos. Em Lisboa, por fim, o índice PSI20 valorizou-se 0,95%, a 4.870 pontos.
Competição - Ao mesmo tempo, a planejada fusão de U$ 30 bilhões entre a London Stock Exchange e a Deutsche Boerse cria potenciais preocupações sobre competição no segmento, afirmou o ministro das Finanças da França, Michel Sapin.
A declaração foi além do que tinha manifestado em fevereiro o ministro da Economia Emmanuel Macron, e representou um alerta sobre potencial impacto da operação sobre a economia da Europa.
A fusão criará um grupo similar em escala à norte-americana ICE, que tem obtido grandes participações nos mercados europeus de derivativos, e deixará para trás rivais menores, como a Euronext, que opera a Bolsa de Paris bem como mercados em Amsterdã, Bruxelas e Lisboa.