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02/12/2018

Investimento em casa inteligente é alto, mas compensa a médio prazo

As soluções para quem busca conforto, segurança e um estilo de vida mais sustentável demandam um investimento alto, mas, a médio prazo, a economia proporcionada por uma casa inteligente justifica o gasto

As soluções para quem busca conforto, segurança e um estilo de vida mais sustentável demandam um investimento alto, mas, a médio prazo, a economia proporcionada por uma casa inteligente justifica o gasto.

Os sistemas de automatização permitem programar a distância quase tudo que é elétrico, da luz de um cômodo à música do home theater.

O mais usado no Brasil ainda é o controle de iluminação, de acordo com pesquisa da Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial).

Um sistema de iluminação que elimina a necessidade de interruptores, controla a intensidade de luz e programa horário para acender lâmpadas custa entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, dependendo do imóvel, afirma Sérgio Corrigliano, da empresa de automação residencial IHouse.

Se esse mesmo projeto for executado durante a construção da casa, o investimento cai para R$ 5.000.

Já o retorno vai depender do consumo de energia, diz Corrigliano, mas a economia na conta de luz costuma variar de 15% a 30%.

Para quem quer uma iluminação não só inteligente, mas também sustentável, a instalação de painéis fotovoltaicos (para obter energia através da luz solar ) é o meio mais usado. A estrutura garante até 95% de redução no consumo da energia elétrica da rede.

De acordo com Raphael Pintão, da NeoSolar, o valor da instalação de um sistema que alimente todos os aparelhos da residência varia. Uma casa com quatro pessoas que gasta em média R$ 300 por mês na conta de luz vai custar cerca de R$ 20 mil.

O proprietário leva entre 4 a 6 anos para recuperar o investimento.

Em segundo lugar na preferência dos brasileiros está a automação de áudio e vídeo. Um aplicativo no celular dispensa o uso de vários controles e permite programar os eletroeletrônicos para ligar ou desligar, levando à economia de energia. Custa a partir de R$ 3.500.

"O sistema consegue identificar a chegada do morador por meio do bluetooth. Se ele tem uma rotina, como ouvir certa música, o próprio sistema faz isso quando ele entrar no imóvel", afirma Corrigliano, da IHouse.

Para abrir ou fechar cortinas com apenas um clique, o gasto é de cerca de R$ 5.000 para uma varanda com cinco metros quadrados e que tenha até quatro persianas.

Dá ainda para controlar pelo celular ou tablet o ar-condicionado (a partir de R$ 3.500), a irrigação do jardim (algo entre R$ 3.000 e R$ 6.000), e abertura da porta por biometria (varia de R$ 2.500 a R$ 4.000).

"Para ter uma casa totalmente automatizada, inclusive a piscina, o custo fica entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, em média", afirma Corrigliano.

Para quem quer um projeto menos ambicioso, é possível comprar separadamente o equipamento para a automação de luzes, persianas ou home theather em lojas de grandes de redes de material de construção e iluminação.

Como o interruptor inteligente da My Way Automação Residencial, que pode ser acionado à distância. Ele custa a partir de R$ 250, tem instalação similar ao tradicional e é possível usar a infraestrutura já existente na casa.

Entre as soluções ecológicas, um dos sistemas mais usados é o de aproveitamento de água da chuva.

O custo começa em R$ 10 mil, com retorno que varia entre quatro e sete anos, segundo estimativa de Hiago Vilar, coordenador de marketing da Ecocasa, que atua no setor.

Menos comum, o telhado verde começa a ganhar adeptos entre os proprietários de casas. A vantagem é que proporciona mais qualidade do ar e ajuda a estabilizar a temperatura interna, reduzindo gastos com ar-condicionado, por exemplo.

Vilar conta que o metro quadro de um telhado verde custa a partir de R$ 350 e pode ser aplicado tanto em casas que ainda estão em construção quanto em imóveis antigos.

Dentro de casa, o piso pode ser de madeira plástica, material feito com plástico reciclável e casca de arroz.

Sai por R$ 500 o metro quadrado, de acordo com Vilar. Ajuda o fato de não precisar de verniz nem de manutenção constante, como ocorre com a madeira tradicional.

A pintura da casa também pode ser mais ecológica, assim como a iluminação, com uso de tinta mineral e de lâmpadas de LED.

"A pintura com tinta mineral dura até três vezes mais do que com a tradicional. E as lâmpadas de LED, além da durabilidade, levam à economia na conta de luz", diz Vilar.

A estimativa é que uma construção sustentável fique 5% mais cara do que uma obra comum. No entanto, afirma Vilar, a valorização do imóvel chega a 15%.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO