O Itaú entregou um resultado de R$6.8 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 3.6% em relação ao trimestre passado e um crescimento de aproximadamente 35% comparado ao ano contra ano. “A gente atingiu consolidado um ROE de 19.7%, é um incremento de 0.8 pontos percentuais e no Brasil a operação vem performando muito bem já com ROE acima de 20% (20,5), é um crescimento de 1.1 pontos percentuais no trimestre”, disse Milton Maluhy Filho, presidente do banco, ao comentar os números durante coletiva de imprensa nesta terça-feira .
O principal destaque divulgado foi a carteira de crédito, um crescimento de 5.9% no trimestre. “No trimestre passado eu já tinha comentado com vocês toda a nossa mudança de estratégia de portfólio em cartões e a gente já vem acompanhando de forma relevante os resultados, seja no volume, mas, principalmente, na quantidade de novos clientes. Então, o cartão de crédito cresceu 9.8 e a gente viu uma boa acelerada no consumo, sobretudo naqueles segmentos de média e alta renda, que ficaram realmente muito impactados em função da pandemia, a gente percebeu uma grande retomada do consumo”, reportou Maluhy.
Segundo ele, o crédito imobiliário continua sendo uma alavanca importante de crescimento. “como vocês podem observar, a gente vem tendo recordes e assumindo um papel de liderança aqui entre os bancos privados na produção de crédito imobiliário, a carteira cresce 2.2%. lembrando que esse é um produto de altíssima fidelização, longo prazo, e aumenta o lifetime do cliente com o banco”.
O cheque especial subiu 2.2 no tri, 1.3 ano a ano. “No crediário, a gente praticamente empata com o que era o saldo médio de 2019, tem um leve aumento de 1.9, por outro lado, tem um crescimento ano contra ano de 64.7 e no trimestre de 27.3, dentro daquela lógica de reocupar os canais, reocupar o espaço, voltar naqueles clientes que a gente tem altíssimo relacionamento e conhecimento, então, de novo, aquela boa ambição de crescer que eu tenho falado tanto para vocês aí nos últimos calls”, frisou o executivo.
O banco apresentou os compromissos assumidos com o Itaú Net Zero 2050, de reduzir em 50% as emissões até 2030 e atingir a meta de carbono neutro até 2050. A mensagem da instituição sobre esse programa é apoiar os clientes na transição, estimular plano de transição, novos produtos e times dedicados para apoio da transição dos clientes, todo o agronegócio, recuperação de pastagem, restauração ecológica e incentivo aos mercados voluntários de compensação de emissões.
PIB
Perguntado sobre a previsão de queda do PIB para 2022, Maluhy disse que o economista chefe da instituição, o Mário Mesquita, soltou uma revisão do PIB para o ano que vem, uma queda de menos 0,5, mais juros obviamente tentando colocar a inflação de volta no lugar onde tem que estar, então isso naturalmente vai ter um impacto na atividade. Como é que a gente trabalha o modelo de perda esperada? “Ele tem uma série de parâmetros, parâmetros dos próprios clientes, informações públicas de clientes, informações proprietárias, mas a gente também tem parâmetros macro e estatísticos que a gente usa no nosso modelo, tá, então na medida que o macro piora para frente, o nosso modelo é agravado em função disso e isso é levado em consideração em todo provisionamento que o banco faz. Então, por um lado, a gente está sempre na frente do ciclo no conceito de perda esperada com a nossa melhor projeção possível e aí acertos, correções são feitas no tempo naturalmente”, explicou.
O executivo vislumbra um cenário de menor liquidez. “Quando eu olho para 2022 é um cenário em que a gente verá sim uma piora na inadimplência, é esperado que seja assim, a gente está preparado para isso do ponto de vista de provisionamento no balanço, o modelo de perda esperada já capturou uma boa parte disso, a própria previsão Covid tem muito a ver com isso porque não deixa de ser um modelo de perda esperada a gente dando choques no PIB em todas as variáveis olhando para frente, fato é que veio muito melhor”.
Maluhy afirmou que a gente vai ver um aumento no custo do crédito, seja em função de uma piora natural da economia, mas fundamentalmente por um crescimento de carteira. “O custo do crédito tende a continuar subindo e, enfim, é esperado na mesma forma que a margem com clientes também tende a continuar subindo”.