Nas últimas duas semanas, os bancos reduziram as taxas do financiamento imobiliário, na esteira da queda dos juros básicos (Selic) do Banco Central, para 5,5% ao ano. Como o mercado projeta um novo corte no fim deste mês, a expectativa é que os juros da casa própria passem por uma nova rodada de reduções. Este cenário é vantajoso tanto para quem vai comprar um imóvel quanto por quem já contratou um empréstimo, porque é possível fazer a portabilidade do financiamento.
No primeiro semestre deste ano, segundo o Banco Central, foram feitos 3.466 pedidos de portabilidade. Ao optar por esta medida, destacam os especialistas, o consumidor deve considerar todos os custos envolvidos e a própria capacidade de pagamento.
— A Selic baixa e a maior competição entre os bancos favorecem um movimento de portabilidade do empréstimo da casa própria. Além dos juros, é preciso levar em conta os custos da transação e a capacidade de pagamento antes de procurar outro banco — explica Patricia Curvelo, sócia da consultoria imobiliária Investmais.
Ela lembra que, caso a pessoa tenha tido algum corte na renda ou seu credit score (que avalia o risco de inadimplência) estiver baixo, isso pode dificultar o poder de barganha com o novo banco.
A recomendação dos economistas é que os clientes pesquisem o Custo Efetivo Total (CET) da transação. Também pesa no financiamento o preço do seguro e de outras cobranças administrativas. Dependendo do custo, a migração pode não ser vantajosa.
— O cliente não deve olhar apenas a taxa nominal do financiamento, é preciso avaliar o CET. Por conta dos outros encargos embutidos no empréstimo, o CET pode fazer com que os juros anuais subam até 1% — diz Alberto Ajzental, professor da FGV/Eesp.