Notícias

10/02/2017

Juros no crédito voltam a diminuir

Para o especialista, é necessário ficar atento ao cenário econômico atual, que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência.

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser reduzidas em janeiro de 2017, sendo a segunda redução consecutiva, informou a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,04 ponto percentual no mês (1,13 ponto percentual no ano) correspondente a uma queda de 0,49% no mês (0,72% em doze meses) passando a mesma de 8,16% ao mês (156,33% ao ano) em dezembro de 2016 para 8,12% ao mês (155,20% ao ano) em janeiro de 2017, sendo esta a menor taxa de juros desde julho de 2016.

Já para pessoa jurídica, houve retração de 0,02 ponto percentual no mês (0,40 ponto percentual no ano) correspondente a uma redução de 0,42% no mês (0,54% em doze meses) passando a mesma de 4,74% ao mês (74,32% ao ano) em dezembro de 2016 para 4,72% ao mês (73,92% ao ano) em janeiro de 2017, sendo esta a menor taxa de juros desde junho de 2016.

Para o diretor executivo de estudos e pesquisas da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, este resultado pode ser atribuído à redução da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central (BC) em sua última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em janeiro e ainda, a expectativa de novas reduções da Selic frente à redução da inflação.

"Desde outubro de 2016, o Banco Central começou a flexibilizar sua política monetária com a redução da Selic. Tendo em vista a melhora das expectativas quanto à diminuição da inflação bem como na melhora fiscal deveremos ter novas retrações da taxa básica de juros, o que reduz o custo de captação dos bancos possibilitando novas quedas das taxas de juros nas operações de crédito", explica Oliveira, em nota.

Para o especialista, é necessário ficar atento ao cenário econômico atual, que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência. Isso por conta da recessão econômica em curso e ainda o desemprego elevado, que aumenta igualmente o risco de novas elevações das taxas de juros aos consumidores, tanto na pessoa física como na jurídica.

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), comenta que, como os dados da Anefac mostram que a taxa média de juros do cartão de crédito, apesar de ter recuado, está em 441,76% ao ano, o momento é de cautela. 

FONTE: DCI