Um estudo aponta que o lançamento de imóveis dobrou em Bauru em 2018 em relação ao ano anterior. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram lançados 1.376 imóveis residenciais em Bauru, um crescimento de 109% em relação aos lançamentos registrados em igual período de 2017 (658 imóveis). Os dados fazem parte do Estudo Secovi do Mercado Imobiliário de Bauru, que foi apresentado em evento, na noite dessa terça-feira (23), na OAB Bauru. O encontro contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi, e do vice-presidente do Interior no Sindicato da Habitação do Estado (Secovi-SP) Frederico Climério Marcondes Cesar.
A pesquisa que aponta a retomada foi elaborada pelo Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação em parceria com a Robert Michel Zarif Assessoria Econômica. Ela informa ainda que, do total de imóveis lançados no ano passado, 53% representam o segmento econômico (732 unidades de dois dormitórios econômicos e com valores de até R$ 230 mil). Os demais referem-se a apartamentos de três dormitórios (408 unidades e 30% do montante), de dois dormitórios (156 unidades e 11% de participação) e de quatro dormitórios (80 unidades e 6% do total).
Comercialização - Se os lançamentos aumentaram, também cresceu, mesmo que de forma mais tímida, a comercialização. Em 2018, foram vendidas 1.513 unidades, ante as 1.317 unidades apontadas em 2017, diferença de 14,9%. Do total de imóveis comercializados nos 12 meses do estudo, a maior participação foi de imóveis de dois dormitórios econômicos (1.107 unidades e 73% do total). O segmento de três dormitórios representou 15% e o de 2 dormitórios, 6%. A maior parte das vendas (77%) esteve concentrada entre os imóveis de até R$ 230 mil. O VGV (Valor Global de Vendas) em 2018 foi de R$ 365,7 milhões.
Baixou Estoque - A pesquisa ainda aponta que o estoque de imóveis de Bauru baixou de 2.158 unidades em 2017 para 1.367 unidades no ano passado, uma queda de 36,7% quando comparada ao período anterior. Os apartamentos de dois dormitórios econômicos destacaram-se nesse universo, com 744 unidades em dezembro de 2018, seguidos pelos de três dormitórios (434 unidades), dois dormitórios (112 unidades), quatro dormitórios ou mais (48 unidades) e um dormitório econômico (29 unidades).
"O Interior Paulista, de um modo geral, tem crescido e o setor imobiliário é um termômetro da confiança das famílias e do maior crédito no mercado. Os números mostram que estamos superando a retração e os anos de estagnação. A aprovação da reforma da Previdência deve consolidar este cenário", avalia o secretário estadual Marco Vinholi.
Vice-presidente do Secovi-SP, Frederico Cesar diz que o mercado está longe da euforia de 6 a 8 anos atrás, mas também distante da estagnação dos últimos 3 anos. "Caminhamos para a normalidade. A crise criou uma demanda reprimida brutal de pessoas que queriam viajar, trocar o carro e comprar um imóvel. São estes consumidores que estão voltando a consumir", cita.
Ele ainda aponta o mercado do Interior de São Paulo como um dos mais promissores. "Se fossemos ranquear os Estados por PIB, apartando as Capitais, o Interior de São Paulo seria líder no País, com R$ 1 trilhão e 200 bilhões. Somos igualmente o PIB do Rio de Janeiro e Minas Gerais juntos. Na América do Sul, só perderíamos para a Argentina. Somos 66% do PIB estadual e 21% do PIB nacional", completa Frederico Cesar.
Diretor Regional do Secovi em Bauru, Riad Elia Said diz que, mesmo diante da crise nacional, a cidade tem passado por um importante processo de desenvolvimento. "Assim como na Capital, o setor imobiliário local vive um cenário de expectativa positiva para 2019, com destaque para o mercado tradicional de imóveis. Isso porque, em anos anteriores, as unidades econômicas enquadradas nos parâmetros do programa Minha Casa Minha Vida eram as mais procuradas, em razão, inclusive, da maior oferta de crédito disponível para esse público", explica.
Preço Médio - No mercado tradicional, após sucessivas variações positivas nos últimos cinco anos, o preço do metro quadrado de área privativa manteve-se estável em 2018, chegando ao patamar médio de R$ 5.534,00. Em 2017, o preço médio registrado foi de R$ R$ 5.592,00. Considerando o mercado econômico, as unidades de 2 dormitórios sofreram uma variação de 12% em 2018 (R$ 3.802,00), em comparação ao ano anterior (R$ 3.370,00).
Os valores médios de venda de imóveis praticados no período analisado de 36 meses foram: R$ 203.939,00 (1 dormitório econômico), R$ 166.469,00 (2 dormitórios econômico), R$ 341.101,00 (2 dormitórios), R$ 472.697,00 (3 dormitórios) e R$ 828.288,00 (4 dormitórios).
Para Bruno Pegorin, diretor de Habitação Econômica da Regional Secovi em Bauru, os dados do estudo servem como termômetro das expectativas de compradores e também sinalizam para a recuperação do setor neste ano. "Os indicadores são muitos positivos para o mercado, em virtude do crescimento de lançamentos e vendas, bem como de queda do estoque. Outro sinalizador importante é o índice VSO (Vendas Sobre Oferta), que cresceu 38,5% em 2018, passando de 37,9% para 52,5%, mostrando o bom desempenho em todas as tipologias e, ainda, uma correlação com o cenário do mercado imobiliário na Capital Paulista", complementa.