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16/08/2022

Lançamento de imóveis recua mais do que a venda de unidades no 2º trimestre, diz Cbic (Valor Econômico)

A queda dos lançamentos foi causada pelo desempenho das unidades do Casa Verde e Amarela (CVA), que registraram retração de 36,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado

Houve queda nos lançamentos e na venda de unidades residenciais no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, mostram dados da consultoria Brain, levantados para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), em 197 cidades.

O percentual da queda dos lançamentos superou o de vendas. Os lançamentos somaram 63.878 unidades, número 15,4% menor do que o reportado entre abril e junho de 2021. Já as vendas caíram 5,5% no mesmo período, para 72.861 unidades.

 

De janeiro a junho deste ano, os lançamentos caíram 6%, na comparação com o mesmo período do ano passado, e as vendas aumentaram 1,6%.

Para a Cbic, a queda dos lançamentos foi causada pelo desempenho das unidades do Casa Verde e Amarela (CVA), que registraram retração de 36,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as vendas do programa caíram 14,6% no mesmo período.

“A redução, sem dúvida, vem do CVA. Houve melhoria de lançamentos e vendas dos demais padrões”, afirmou Celso Petrucci, presidente da comissão da indústria imobiliária da Cbic, em coletiva para divulgação dos resultados.

Segundo a entidade, a queda nos lançamentos mostra que as incorporadoras ficaram inseguras sobre como a demanda se apresentaria no período e postergaram os novos projetos, mas a procura do consumidor por habitação se manteve estável.

 

As unidades do Casa Verde e Amarela foram perdendo participação no total de lançamentos e vendas do setor. Em junho, responderam por 36% dos lançamentos, enquanto em março eram responsáveis por 42% e por 48% em junho de 2021. Movimento parecido, em menor proporção, ocorreu com as vendas, que eram 44% do total comercializado em junho, ante 50% no primeiro trimestre e 49% em junho de 2021.

No programa habitacional, novos lançamentos foram represados porque havia a percepção de perda de poder de compra das famílias, o que começou a ser revertido com as mudanças anunciadas no programa ao longo deste ano. “Sentimos coragem nova para o lançamento desses produtos”, disse Petrucci.

 

José Carlos Martins, presidente da entidade, ressaltou que as contratações de financiamento pelo programa cresceram 20% em julho deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2021, e esse ritmo se mantém em agosto. Ele afirmou ainda que uma das medidas anunciadas, o prolongamento do prazo de financiamento imobiliário com recursos do FGTS, deve ser aprovada até o próximo dia 24. 

 

Matéria publicada em 16/08/2022 

FONTE: VALOR ECONôMICO