Os lançamentos imobiliários terminaram o terceiro trimestre com queda de 17,3% sobre o mesmo período do ano anterior, enquanto as vendas recuaram 2,9% no mesmo intervalo, aponta a pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção feita em parceria com a consultoria Brain. Os dados envolvem 199 cidades brasileiras.
Na comparação com o segundo trimestre deste ano, a queda é de 2,3% para os lançamentos e de 3,9% para as vendas.
De janeiro a setembro, os lançamentos recuaram 8,5% ante o mesmo período de 2021, enquanto as vendas ficaram levemente positivas, com alta de 0,1%.
Na pesquisa, a entidade afirma que o resultado das vendas demonstra “resiliência do mercado”, e que o resultado poderia ter sido melhor se as empresas tivessem lançado mais no terceiro trimestre, o que reduziu também o volume de vendas.
Foram lançadas 66.719 unidades habitacionais entre julho e setembro e vendidas 71.250.
No acumulado do ano, são 199.707 novas unidades lançadas e 225.167 vendidas.
A oferta final de unidades no país seria suficiente para abastecer o mercado por 10,2 meses, pequena retração ante os 10,3 meses registrados no segundo trimestre, mas um saldo maior do que os 10 meses do terceiro trimestre de 2021.
Segundo a pesquisa, o preço médio da unidade habitacional é de R$ 146,19 mil, crescimento de 15,4% sobre o valor encontrado no mesmo período do ano passado.
O levantamento traz ainda a segmentação dos lançamentos e vendas do Casa Verde e Amarela (CVA). A participação do programa no total de unidades lançadas caiu de 40% no terceiro trimestre de 2021 para 34% no mesmo período deste ano. A parcela de unidades vendidas que integram o programa também caiu, passando de 47% no terceiro trimestre de 2021 para 40% até setembro de 2022.
Os lançamentos de unidades do CVA despencaram 27,9% na comparação com o mesmo trimestre de 2021, enquanto as vendas recuaram 17,2% no período. No acumulado do ano, até setembro, os lançamentos caíram 26,2% e as vendas 9,3%.
Para o quarto trimestre, a Cbic espera “desempenho mais modesto” do setor, mas ainda “bastante satisfatório”, dado o contexto do ano. As mudanças no Casa Verde e Amarela devem ajudar nas vendas e lançamentos dos imóveis econômicos, mas a eleição em outubro e a Copa do Mundo que começa neste mês podem “afetar o ritmo do mercado”, diz.
Material de construção
O faturamento da indústria de material de construção continua registrando queda em relação ao ano passado. Em outubro, o faturamento foi 0,1% menor do que no mesmo mês de 2021, segundo o índice Abramat, feito pela FGV para a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção.
Houve aumento de 0,3% ante o valor de setembro, mas, no acumulado dos dez primeiros meses deste ano a queda é de 6,6% ante o mesmo período de 2021.
Ao se levar em conta os últimos 12 meses, a queda no faturamento é ainda maior, de 7,2%.
Mesmo assim, a entidade ainda projeta uma queda de apenas 2,2% para o faturamento do setor ao final do ano
Matéria publicada em 11/11/2022