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27/09/2023

Lançamentos imobiliários recuam no 1º semestre, mas vendas sobem (Valor Econômico)

Indicador Abrainc-Fipe mostra recuperação do segmento econômico; Ministro das Cidades reforça meta de 2 milhões de unidades no Minha Casa, Minha Vida

A venda de imóveis novos no país cresceu 9,8% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram comercializadas 68.965 unidades, segundo o indicador Abrainc-Fipe, com dados de 20 empresas ligadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias. A alta foi maior em valor de venda, de 12,2%, somando R$ 19,3 bilhões.

O aumento das vendas atingiu tanto o segmento econômico quanto o de médio e alto padrão, mas o último registrou uma subida mais elevada, de 22,8% em volume de unidades vendidas. Foram 20.033 unidades de médio e alto padrão comercializadas de janeiro a junho.

 

O segmento econômico, dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), cresceu 4,2% em volume vendido, para 47.061 unidades, e 13,1% no valor comercializado (R$ 10 bilhões). No médio e alto padrão, foram vendidos R$ 8,8 bilhões, aumento de 9,8% no semestre.

 

Enquanto as vendas cresceram, os lançamentos recuaram 13,8% de janeiro a junho, para 49.505 unidades, e caíram 1,7% no valor vendido (R$ 15 bilhões).

A queda se concentrou no médio e alto padrão, com recuo de 59,4% no volume lançado (9.317 unidades) e de 34,8% no valor das novas unidades (R$ 6,1 bilhões). O segmento é afetado pela taxa do financiamento imobiliário, que segue alta e reduz a confiança dos incorporadores em lançar novos produtos.

 

Os imóveis do MCMV tiveram alta de 17,2% no volume lançado, para 39.544 unidades, e de 64,3% no valor dos lançamentos, que somaram R$ 8,7 bilhões.

Em julho, após o período analisado pelo indicador, foram aprovadas medidas que elevaram o preço máximo das unidades do MCMV e melhoraram o poder de compra dos consumidores do programa.

 

“Esperamos para os próximos meses um grande crescimento no mercado de habitação popular”, afirmou Luiz França, presidente da Abrainc.

Maria Rita Serrano, presidente da Caixa, afirmou no fórum Incorpora, da Abrainc, nesta terça-feira (26), que a instituição recebeu neste ano mais de 450 mil propostas de unidades para a faixa 1 do programa, que utiliza recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e atende famílias com renda de até R$ 2.640. A Caixa realiza os financiamentos do programa, e vai avaliar os projetos, que serão enviados ao Ministério das Cidades para a seleção dos aportes.

 

Jader Filho, ministro das Cidades, ressaltou no evento que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem R$ 375 bilhões destinados ao MCMV e que o governo segue com a meta de atingir 2 milhões de habitações por meio do programa até 2026, metade delas na faixa 1.

 

O cenário provável de Selic a um dígito em 2024 deve permitir uma redução das taxas de financiamento imobiliário, o que dará novo impulso ao setor, analisou Bruno Bianchi, diretor comercial do Itaú BBA, no Incorpora. “Pelas condições macroeconômicas, 2024 deve ser mais promissor, do ponto de vista de demanda e financiamento”.

Diego Villar, presidente da incorporadora Moura Dubeux, que atua no médio e alto padrão, espera para o próximo ano uma correção positiva das ações do setor, motivada pela queda dos juros e por resultados “mais robustos” em consequência disso. “Na média, acredito que números melhores virão”, diz. 

FONTE: VALOR ECONôMICO