O home office despertou novos hábitos e necessidades de moradia, como a preferência por imóveis maiores para enfrentar o isolamento social ou a busca por aluguéis mais baratos em decorrência da perda de renda. Além disso, os juros menores criaram terreno favorável à concessão de crédito e à reabilitação desse tipo de negócio como opção viável de investimento. Com isso, passado o mês de abril, considerado o fundo do poço da economia em meio à crise sanitária, o mercado imobiliário não só começou a se recuperar das perdas registradas a partir da segunda metade de março, como vendeu mais do que no mesmo período de 2019.
De acordo com o Sindicato da Construção Civil (Secovi-SP), no mês de julho houve aumento de 20% nas vendas do setor imobiliário com relação a julho do ano passado. A expectativa é ainda maior para o mês de agosto, em que a estimativa de crescimento é de 30% em comparação com o mesmo período de 2019. Basílio Jafet, presidente do Secovi-SP, diz que a expectativa é de que os próximos meses sejam tão bons quanto julho e agosto. “Efetivamente, a partir de julho sentimos uma recuperação muito grande, a demanda reprimida dos meses anteriores aconteceu e tivemos um julho excepcional. Agosto não temos os números definitivos, mas o que as sondagens mostram é que foi um período muito bom”, afirma. A partir da liberação para abertura gradual dos estandes de vendas, no início de junho, quem fez lançamentos diz ter conseguido bons resultados. A gerente de marketing da Exto Incorporação e Construção Flavia Matos diz que o resultado em julho foi histórico para a empresa em São Paulo e que o desempenho foi bom em todos os segmentos. “Hoje, se eu for comparar 2019 até o ano de setembro e 2020, nós já alcançamos os números do ano passado. A gente sentiu muitas visitas nos plantações, principalmente para apartamentos maiores.”