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21/11/2015

Lucro da Caixa cresce 60% e soma R$ 3 bi no trimestre

Segundo o banco, o resultado foi impulsionado pelo crescimento da carteira de crédito, receitas com prestação de serviços e tarifas e também os ganhos com tesouraria que avançaram mais de 50%.

Aline Bronzati

A Caixa Econômica Federal registrou um lucro líquido de R$ 3 bilhões no terceiro trimestre deste ano, cifra 60% maior que a vista no mesmo intervalo de 2014. Segundo o banco, o resultado foi impulsionado pelo crescimento da carteira de crédito, receitas com prestação de serviços e tarifas e também os ganhos com tesouraria que avançaram mais de 50%.

No entanto, o lucro recorrente, ou resultado antes de itens extraordinários, caiu 99% no terceiro trimestre, com o aumento da inadimplência forçando o banco estatal a desacelerar o crescimento da oferta de crédito e elevaras provisões para empréstimos duvidosos. Esse lucro foi de R$ 22 milhões de reais de julho a setembro, o menor em oito anos. A diferença entre os dois resultados se deu devido ao lançamento de créditos tributários ativados com o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Seguindo os demais grandes bancos, a Caixa aproveitou o ganho contábil de R$ 1,9 bilhão com a majoração da contribuição sobre o lucro líquido (CSLL) para fazer uma provisão para devedor duvidosos (PDD) adicional de R$ 1,1 bilhão.

Com a provisão adicional, o índice de cobertura da Caixa atingiu 147%, abaixo do indicador dos grandes bancos privados, que ultrapassou os 200% no terceiro trimestre. Segundo ele, a diferença se dá pelo perfil da carteira de crédito da Caixa.

Inadimplência - O índice de inadimplência do banco, que considera os atrasos acima de 90 dias, encerrou setembro em 3,26%, elevação de 0,41 ponto porcentual em relação ao indicador registrado ao final de junho, de 2,85%. “O aumento estava na nossa expectativa, uma vez que o cenário se deteriorou em meio à expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) diminuindo cada vez mais e o mercado de trabalho encolhendo”, afirmou Márcio Percival, vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Segundo o executivo, o pico da inadimplência deve ocorrer no início do ano que vem.

O aumento dos calotes no terceiro trimestre, disse Percival, foi impulsionado, principalmente por operações comerciais junto às pessoas físicas e também às pequenas e médias empresas que respondem por 50% da carteira de pessoa jurídica da Caixa. Pesa ainda, conforme o executivo, a desaceleração do crescimento do crédito que  teme feito “significativo” na inadimplência do banco.

Na pessoa física, a inadimplência da Caixa subiu de 5,72% em junho para 7,01% em setembro enquanto na jurídica passou de 4,54% para 5,44%. Até mesmo na habitação, o banco teve pior anos calotes. O indicador, que mede os atrasos acima de 90 dias, avançou para 2,07% ao final de setembro ante 1,93% em junho.

As despesas com provisão para devedores, as chamadas PDDs, cresceram 34,4% no terceiro trimestre ante o segundo, para R$ 6,123 bilhões. Em um ano, esses gastos tiveram um salto de 86,7%. 

Crédito - A carteira de crédito ampliada da Caixa encerrou setembro com saldo de R$ 666,1 bilhões, aumento de 15,5% em 12 meses e de 2,8%no trimestre. Sua participação de mercado ficou em 20,9% no período ante 20,7% em junho.

O crédito habitacional seguiu como destaque, com avanço de 17,2% no ano, para R$ 375,7 bilhões. Líder neste segmento, a Caixa encerrou setembro com fatia de e 67,5% do mercado.

As operações comerciais com pessoas físicas e pessoas jurídicas totalizaram R$ 197,8 bilhões no terceiro trimestre, alta de 5,7% em 12 meses e de 0,9% no trimestre. Já as operações de saneamento e infraestrutura somaram R$ 68,4 bilhões, alta de 33,3% e 8,1%, nesta ordem.

Ao final de setembro, a Caixa era responsável pela gestão de quase R$ 2 trilhões em ativos, aumento de 12,9% em 12 meses. Com informações da Reuter

 

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO