A incorporadora Even registrou no primeiro trimestre deste ano lucro líquido de R$ 64,9 milhões, crescimento de 18,6% ante o mesmo período do ano passado. É o quinto trimestre consecutivo de lucro líquido para a empresa, destaca o diretor-financeiro Marcelo Dzik.
A receita líquida subiu 4% na comparação anual, para R$ 649,6 milhões.
A margem bruta ajustada da Even, excluindo a participação da Melnick, foi de 30,5%, alta de 6,5 pontos sobre o trimestre anterior.
Houve geração de caixa operacional de R$ 29 milhões, desconsiderando pagamentos de dividendos, ante consumo de R$ 57 milhões há um ano.
No lado operacional, a companhia registrou R$ 236 milhões em lançamentos consolidados, o que conta também sua participação em projetos da gaúcha Melnick, alta de 20%. Sem a Melnick, não houve lançamentos no período — a Even só lança em São Paulo.
As vendas líquidas atingiram R$ 426 milhões de janeiro a março, na versão consolidada, alta de 40%. Sem a Melnick, foram R$ 284 milhões, crescimento de 70% na base anual.
“O mercado imobiliário é razoavelmente sazonal no alto padrão, sabemos que as pessoas ficam fora do ar em janeiro e fevereiro, então boa parte do resultado foi construído, na prática, em março”, pontua o diretor-financeiro.
A Even volta a lançar em São Paulo no segundo trimestre, afirma Dzik. Há pelo menos dois projetos: a primeira fase do Faena, que reúne residencial e hotel, com valor geral de venda (VGV) de R$ 500 milhões na primeira fase, e o primeiro empreendimento em parceria com a incorporadora RFM, nos Jardins.
Enchentes e a Melnick
A Even deixou de ser a controladora da Melnick, que atua apenas no Rio Grande do Sul. A incorporadora paulistana tem hoje 23,2% de participação na empresa.
Esse percentual tem caído ao longo dos últimos meses, com trocas e vendas de ações — em meados de 2023, a participação era de 44,5%.
“Era natural do amadurecimento das duas empresas, a Melnick foi investida da Even em 2008, depois abriu capital e hoje é operacionalmente independente”, explica Dzik. Segundo ele, o desinvestimento ocorre de forma gradual e não é possível afirmar quando a Even deixará de ter participação na empresa gaúcha. “Vamos entender a hora certa”.
Em fato relevante publicado na última sexta-feira (10), a Melnick detalhou que suas 18 obras em andamento no Estado estão paralisadas, mas que apenas três foram afetadas diretamente pelas águas.
Dzik afirma que, por atuar no alto padrão, a Melnick foi menos afetada diretamente, mas que os impactos indiretos “vão ser muito relevantes” e ainda impossíveis de serem calculados. “Tem toda a cadeia produtiva, de transporte, fornecedores”.