A incorporadora Moura Dubeux, que atua na região Nordeste, apresentou lucro líquido de R$ 105 milhões no ano passado, crescimento de 24% ante 2021. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 107,5 milhões, alta de 20,9%, com margem Ebitda ajustado de 13,4% (queda de 0,9 ponto percentual).
A receita líquida da companhia também cresceu no ano, em 29%, para R$ 799,5 milhões. A margem bruta recuou 3,1 pontos percentuais e ficou em 33,3%. Segundo Diego Villar, presidente da Moura Dubeux, esse recuo se deve à divisão entre empreendimentos feitos pelo regime de incorporação e de condomínio fechado.
A margem é maior nos projetos de condomínio, perto dos 40%, mas a companhia tinha a meta de que apenas um terço de seus projetos fosse nesse modelo. Como houve redução da participação dos condomínios, a margem bruta foi afetada. “A margem tende a ir mais para 30% a 35%”, afirma Villar.
A incorporadora elevou o valor geral de venda (VGV) dos lançamentos em 68% em 2022, para R$ 1,1 bilhão. As vendas líquidas ficaram estáveis, com leve alta de 2,5%, para R$ R$ 1,34 bilhão. No ano, a empresa gerou R$ 68,6 milhões de caixa, patamar estável ante os R$ 67 milhões de 2021.
Marcello Dubeux, diretor financeiro, afirma que uma queima de caixa deve ocorrer ao longo deste ano, em razão da fase de construção dos projetos da incorporadora, que cresceram muito em volume. No balanço, a Moura destaca a expectativa de dobrar o consumo de materiais e a aplicação de mão de obra em seus canteiros em 2023.
“É queima de caixa natural do negócio, poderíamos ter queimado antes, mas conseguimos postergá-la pelo bom desempenho de vendas”, afirma.
Entre outubro e dezembro de 2022, o lucro líquido da Moura Dubeux foi de R$ 10,2 milhões, queda de 28,7% ante o mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado caiu 6,3%, a R$ 19,1 milhões. Já a receita líquida da companhia cresceu 45% no mesmo período, para R$ 207,3 milhões. A margem bruta ficou em 27,9% no último trimestre de 2022, queda de 12,5 pontos percentuais ante o fim de 2021.
Os lançamentos cresceram 208% no quarto trimestre, em relação ao mesmo período de 2021, para R$ 560,7 milhões em VGV. As vendas e adesões líquidas, por outro lado, recuaram 19,4% no intervalo, para R$ 274,5 milhões.
No ano passado, a Moura Dubeux testou nova faixa de empreendimento, focado no público logo acima do Minha Casa, Minha Vida, que perdeu poder de compra com a inflação alta dos últimos anos. Como o resultado foi positivo, a companhia vai lançar neste ano pelo menos mais um projeto desse tipo, que terá marca própria, Mood, para deixar o nome Moura Dubeux apenas com o médio-alto e alto padrão. Segundo Villar, a depender da recepção do mercado, será feito um segundo lançamento da linha.
Ainda neste mês, a Moura Dubeux lança também seu primeiro prédio em Aracaju (SE), da linha Beach Class, para segunda residência.