Aline Bronzati
Maior instituição financeira privada do País, o Itaú Unibanco anunciou ontem lucro líquido de R$ 5,945 bilhões no terceiro trimestre deste ano, expansão de 10% em relação ao montante visto há um ano, de R$ 5,404 bilhões. Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, quando a cifra somou R$ 5,984 bilhões, foi identificado leve declínio de 0,65%.
Em relatório, o banco destacou o avanço dos ganhos com tesouraria (investimento em títulos públicos), o aumento da margem financeira com os clientes (reflexo de juros maiores na concessão de empréstimos) e as receitas maiores com prestação de serviços e tarifas bancárias.
“Esses crescimentos foram parcialmente compensados pelos aumentos de 4,1% das despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa e de 9,3% das despesas não decorrentes de juros, principalmente em despesas de pessoal, pelo efeito do reajuste das verbas de remuneração devido à negociação do acordo coletivo”, explicou o Itaú.
O banco manteve sua inadimplência, que considera atrasos acima de 90 dias, estável em 3,3% no terceiro trimestre deste ano ante o segundo. Em um ano, porém, os calotes subiram 0,1 ponto porcentual.
Entre as pessoas físicas, apesar da estabilidade no comparativo trimestral, a inadimplência teve crescimento de 0,5 ponto porcentual de julho para setembro, passando de 4,6% para 5,1%. Na contramão, pessoa jurídica registrou queda de 0,2 ponto porcentual, para 2,0%.
Como reflexo da recessão da economia, o Itaú prevê novas altas no índice nos próximos trimestres. Segundo Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores da instituição, os calotes podem piorar, principalmente, nas linhas de crédito que não contam com garantia e, por isso, estão mais expostas no cenário atual.
Diante desse horizonte, as despesas com provisões para devedores duvidosos do Itaú, as chamadas PDDs, foram a R$ 5,747 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 4,1% ante os três meses anteriores. Em um ano, foi registrada alta de 21,2%. O Itaú informou ainda PDD complementar de R$ 2,8 bilhões, aproveitando um efeito de R$ 3,9 bilhões em crédito tributário por conta do aumento da contribuição social sobre lucro líquido (CSLL).
Empréstimo - A carteira de crédito total do banco, que inclui avais, fianças e títulos privados, encerrou setembro com saldo de R$ 590,7 bilhões, alta de 4,3% na comparação com a cifra de junho. Em um ano, quando estava em R$ 536,3 bilhões, os empréstimos tiveram alta de 10,1%.
O segmento de pessoa física atingiu saldo de R$ 186,1 bilhões ao final de setembro, leve recuo de 0,6% contra março e aumento de 4,4% em um ano. O crédito imobiliário subiu 5,5% e 21,5%, respectivamente, atingindo R$ 33,5 bilhões. Consignado (com desconto em folha) avançou 0,4% no trimestre e 25,4% em 12 meses, para R$ 45,7 bilhões.
A carteira de crédito pessoa jurídica do Itaú foi a R$ 306,3 bilhões no terceiro trimestre, alta de 3,7% na comparação com o segundo e 7,2% em um ano. O destaque foram os empréstimos para as grandes empresas que cresceram 4,6% e 9,1%, respectivamente.
“Nos últimos anos, focamos em produtos de crédito de menor risco, em receitas de serviços e seguros e no controle de custos, o que deixa o banco menos exposto a ciclos econômicos do que no passado”, afirmou Kopel, em nota.
O Itaú Unibanco alcançou R$ 1,323 trilhão em ativos totais ao término de setembro, cifra 14,3% maior que a vista em um ano, de R$ 1,158 trilhão. Na comparação com junho, o crescimento foi de 7,5%.