Por Caio Sartori
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), deu início nesta quinta-feira (23) a uma parceria com a prefeitura do Rio que prevê a venda de terrenos e prédios federais abandonados. Segundo Lupi, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), vinculado à pasta, tem mais de 2 mil imóveis no Estado, e a maioria está sem uso.
Em agenda com o prefeito Eduardo Paes (PSD), o pedetista visitou o Mercadinho São José, em Laranjeiras, zona sul, que está fechado e em estado precário. Foi assinado no local um protocolo de interesse da prefeitura em adquirir o espaço.
O valor a ser pago na transação ainda será avaliado por técnicos do INSS e do município. Mas Lupi e Paes demonstraram disposição política para driblar eventuais percalços financeiros nesse e em outros casos.
Um exemplo de impacto mais significativo é um edifício na região portuária, hoje destruído, que o gestor municipal quer transformar em moradia popular por meio da iniciativa privada, depois da aquisição.
“A burocracia não pode ser maior que a vontade de servir à população”, afirmou Lupi. “Poderíamos compensar um eventual valor alto com permuta, colocando uma agência do INSS para funcionar no local, por exemplo.”
"Maior latifundiário urbano do Rio de Janeiro”
Paes classificou o INSS como “o maior latifundiário urbano do Rio de Janeiro” e disse que a quantidade de imóveis abandonados representa “a degradação da vida urbana”.
Nada melhor, afirmou, que deixar essas construções com a prefeitura. “Quem vive a realidade mais próxima da cidade, da vida das pessoas é o município”, observou.
Modelo para outras parcerias
De acordo com o ministro, a parceria que começou a ser implementada no Rio é uma espécie de modelo do que a pasta quer replicar em todo o país. A ideia, disse, é colocar o máximo possível de terrenos em prol do interesse público.
Além do ministro e do prefeito, estiveram na agenda desta quinta-feira autoridades como o presidente interino do INSS, Glauco André Fonseca Wamburg, o superintendente do órgão no Rio, Caio Maia Figueiredo, e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Chicão Bulhões, e o secretário municipal de Trabalho e Renda, Everton Gomes, que quer transformar o Mercadinho num polo gastronômico.
(Matéria publicada em 23/02/2023)