Cerca de 75% de quem está à procura de um novo imóvel para morar não quer sair da cidade onde mora. Desse percentual, 47% quer se mudar para um bairro diferente e 28% pretende continuar no mesmo bairro em que mora atualmente. Já 82% dos mais jovens que buscam imóvel querem permanecer na cidade onde moram atualmente. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) pelo DataZap+ durante palestra que aconteceu no Conecta Imobi, que vai até esta quinta (21), em São Paulo.
A pesquisa de Tendências para o Mercado Imobiliário trouxe alguns números relacionados ao que esperar desse setor para o ano que vem, como a expectativa de taxas de juros mais baixas, impactando diretamente o financiamento imobiliário. E também mudanças no Minha Casa, Minha Vida, que segundo a gerente de Insights e Pesquisas do Grupo OLX, Taiane Martins, “deve beneficiar significativamente o segmento imobiliário”. Ela falou ainda sobre a reforma tributária, onde afirmou que “se tudo for bem sucedido, vai produzir um impulsionamento muito forte da construção”.
Ainda sobre a construção civil, Martins avalia que o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) não deve chegar ainda aos valores de antes da pandemia. “Portanto, ele vai continuar pressionando os preços dos imóveis novos, e consequentemente, dos imóveis usados também”, complementa.
Já com relação aos dados divulgados pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela chama a atenção para a tendência de estabilização populacional apontada no levantamento. “Revela que teremos uma média de crescimento mais amena, influenciando o mercado imobiliário também”, diz.
Comprador mais exigente
Isso também tem impactado a forma como o comprador vê o mercado imobiliário. Segundo a gerente de Insights e Pesquisas do Grupo OLX a relação do consumidor com o imóvel tem mudado desde o período da pandemia. “Ele encara o imóvel com um novo olhar. São mais críticos e exigentes”, afirma.
Facilidades como lavanderias coletivas, minimercados, coworking têm influenciado positivamente os compradores mais jovens. Ao mesmo tempo, 59% dos compradores em geral têm interesse em adquirir um imóvel com sistemas de coleta de águas de chuva, 56% afirmam que comprariam um imóvel com bioarquitetura, 55% com sistema de energia renovável e 55% com reaproveitamento de água de reuso.
Sobre o formato de empreendimento, 70% considera morar em bairros planejados, condomínios-clube e condomínios em serviços pay per use. Já com relação a lazer, entre os itens que mais influenciam na decisão de compra estão: churrasqueira, academia e piscina.
Na faixa de preços, a maioria busca um imóvel de R$ 300 mil a R$ 500 mil, com uma média de 61 m² a 90 m². “Embora exista um desejo por imóveis maiores, há uma relação com o tamanho quando se cruzam os dados com a moradia atual. Unidades de dois e três dormitórios correspondem a 41% do interesse de quem procura imóvel para comprar, mas esse público declara uma necessidade maior de ter mais suítes”, diz.
Sobre o tipo de imóvel, 44% buscam apartamento padrão e 30% querem uma casa. Desse total, 61% procuram por um imóvel usado, mas que esteja sem necessidade de reformas. Caso seja necessária uma reforma, as principais são cozinha (49%) e banheiro (39%). “Vagas de garagem não têm muita diferença da quantidade com relação ao imóvel atual, mas é preciso ter pelo menos uma vaga”, complementa.